Parafraseando Pero Vaz de Caminha, no Brasil “em se plantando tudo dá” (veja o vídeo)

22/12/2024 às 15:00 Ler na área do assinante

Em sua carta ao rei de Portugal, Dom Manuel, Pero Vaz de Caminha cunhou a expressão “Em se plantando tudo dá”. A missiva do mensageiro do rei a Terras Brasilis, no ano de 1500, informava que o novo mundo descoberto era de solo fértil, transmitindo as boas e promissoras novas para a corte.

Hoje, certamente, divagando por nosso próprio imaginário, se o Brasil fosse “descoberto” com o viés agressivo da ideologia vigente na nossa sociedade, o recado poderia ser outro (completamente diferente). Atualmente, qualquer ação fora do espectro do “politicamente correto” imposto pela malfadada esquerda, conforme temos inúmeros exemplos, a autodefesa dos mimizentos de ocasião já esta sacramentada de forma cabal. Basta invocar os famigerados termos “discriminação” e “preconceito”. Pronto, o desavisado fica marginalizado e é criminalizado automaticamente.

Ora, o negro não pode ser chamado de negro e o gay não pode ser chamado de gay.

Por outro lado, um assassino, um ladrão ou um agressor, mesmo que confesso, é tratado como suspeito. O pedófilo e o estuprador viraram deficientes mentais. Todos, genericamente, elevados à condição de vítimas da sociedade.

O que me trouxe até aqui para este discurso acanhado é o acompanhamento do processo investigativo que o radialista e apresentador Emílio Surita está sofrendo por parte do jornalista, o Marcelo Cosme, pelo crime de homofobia.

Sob este tópico da cartilha dos discriminados produzido exclusivamente pela esquerda, na cabeça de uma legião de homossexuais, a ideia é enfiar goela abaixo da sociedade o que eles entendem como normal. E normal, não é! Não por ser ou não o que quiserem ser. Isso não é o problema, e nunca foi (NUNCA!). Este caso do Cosme, por exemplo, o que há de discriminatório ou preconceituoso na performance do Emílio Surita em seu programa Pânico da Jovem Pan News?

A mudança de comportamento nas cobranças de hoje em dia, é que há uma espécie de conformismo por parte de quem não se contrapõe às apelações que a “classe” promove. Assistem, passivamente, como se dessem razão aos revoltados sem causa, e não se posicionam. O que faz do Surita um criminoso à medida que ele apenas imita uma figura real (no caso, o assumido, e publicamente, gay, Marcelo Cosme)? Vamos nos lembrar que figuras gay sempre fizeram parte do mundo das paródias. Será que o Cosme teria a mesma reação caso o amacacar fosse praticado pelo Willian Bonner? (Amacacar - sinônimo de imitar, arremedar, ainda em nossos dicionários, até que um psolista resolva pedir ao STF para excluir o termo de lá - e ainda bem que ele não é negro, se não me processaria por usar esta expressão).

Todos, ou pelo menos muitos, hão de se lembrar do Bonner, contracenando com o Cid Moreira, há 12 anos, amacacando (adorei o termo, e ainda bem que nenhum dos citados neste texto não são negros...mas, ainda corro riscos por demanda ideológica de terceiros) o Clodovil, num momento de descontração do Jornal Nacional (assista abaixo)?

Ao contrário do Cosme, pelo visto, e tantos outros mimizentos por aí, Clodovil nunca se vitimou por suas escolhas, pelo contrário, se orgulhava dela, sem culpa ou perda do discernimento do gênero natural, conforme declarou no programa da Hebe Camargo, no longínquo 15 de agosto de 1994.

Que o Cosme reveja seus conceitos, que tenha personalidade altiva e não seja um mero derivado do armário, e se dê por satisfeito por ser lembrado por um profissional com décadas de carreira bem sucedida. Pois se depender de sua escolha ideológica, será apenas mais um na lata descartável de seus colegas militantes.

É assim que sua escolha será respeitada, com seu livre arbítrio valorizado, o que não vai acontecer por obra de sua rebeldia e imposição.

Voltando ao Pero Vaz de Caminha, acho que nos dias de hoje seria menos assertivo; diria em sua carta ao rei: “Nem tudo que se planta dá... ou dá?

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
  http://livrariafactus.com.br

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