A absurda perseguição contra Emílio Surita
22/12/2024 às 13:53 Ler na área do assinanteA Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar a Jovem Pan e o apresentador Emílio Surita, do programa Pânico, por uma suposta imitação homofóbica do jornalista Marcelo Cosme, âncora da Globo e GloboNews.
A investigação foi iniciada após uma denúncia apresentada pela ativista Amanda Paschoal, futura vereadora em São Paulo, ao Ministério Público. O episódio que motivou a denúncia ocorreu na edição de 23 de julho do Pânico, quando Surita ironizou gestos atribuídos ao jornalista, sugerindo trejeitos em tom caricatural. Apesar de não citar Marcelo Cosme pelo nome, colegas de programa confirmaram que a imitação era direcionada ao âncora.
Cosme reagiu publicamente à situação, afirmando que o episódio representou discriminação.
"A gente nunca espera ser alvo de discriminação... Não nos acostumamos com o preconceito, mesmo que ele esteja presente no cotidiano", desabafou o jornalista.
Além de Cosme, Surita e Amanda Paschoal prestaram depoimento à PF. Segundo o delegado Renato Pereira de Oliveira, a apuração considera violações previstas na Lei do Racismo (Lei 7.716/1989) e outros crimes que possam surgir durante o curso das investigações.
O caso não é o primeiro envolvendo a Jovem Pan e o Pânico. Em 2019, o programa foi denunciado por comentários homofóbicos contra o comediante Gustavo Mendes, mas o processo não avançou na época. Contudo, o Supremo Tribunal Federal reconheceu em 2023 a homofobia como injúria racial, o que fortalece a base legal para investigações atuais.
Caso sejam condenados, a emissora e Surita poderão pagar uma indenização superior a R$ 3 milhões, valor que será destinado a instituições de apoio à causa LGBTQIA+. O processo corre sob sigilo judicial.
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