Homem e Mulher ou Homem versus Mulher, como você se enxerga?
21/12/2024 às 06:40 Ler na área do assinanteVocê pode atravessar a leitura do texto do professor Bortoloti, incólume, disperso ou abilolado, correndo o risco de ser acometido por uma esclerose necessária, tal o flagrante conceito que o rico mundo dos números em questão, e suas variantes, pode aferir.
É fatal que perceba várias concepções para tentar entender o lado Homem comparativamente ao lado Mulher, e vice-versa, mesmo porque alguns números surpreendem, quase alarmantes para o macho alfa da história, outrora impensáveis, por razões óbvias, como, por exemplo, verificar que em determinadas faixas das estatísticas, constata-se a evolução feminina no campo construtivo da sociedade. Ainda que tabus sobrevivam aqui ou acolá.
Mas de uma coisa o Homem não vai conseguir fugir: vai ter que repensar seu papel, seu significado e se refazer enquanto ser humano, em sua (quase) metade da esfera.
No momento que o professor abre o seu texto citando Kipling (observando que sua visão se dava lá no início do século 20) - “... A mais tola das mulheres pode governar um homem inteligente”, e fecha sugerindo a obrigação do homem a pensar - “sejam mais parceiros e menos concorrentes. Neste último perderão sempre...”, o professor, acho até que propositalmente, nos coloca, melhor, nos arremessa contra a parede, inclusive, este que vos dirige a palavra.
No nosso íntimo minifúndio de comunicação, que proíbo qualquer intervenção filosofal no raciocínio, quero expressar uma observação num espectro que nos une por aqui, a política.
Em dado trecho, as estatísticas nos levam ao seguinte número na Casa Política dos países: “Em apenas 23 países, as mulheres compõem uma massa crítica - mais de 30% - na câmara baixa de seu Parlamento nacional, no Brasil apenas 9%.”
Acha pouco?
Busque em tempos idos, longe de serem remotos, que a mulher sequer podia votar.
Abre seu olho, velho!
Ao texto, e suas considerações:
#PensarNaoDoi
Homem – Profissão... Reprodutor!
“... A mais tola das mulheres pode
governar um homem inteligente...!”
Joseph Rudyard Kipling,
Alguns assuntos, principalmente, nos últimos 25 anos, o que equivale a uma geração, apareceram, foram objetos de estudos, de estatísticas, mas meramente acadêmicos e ficaram esquecidos.
O homem – o macho por natureza – não percebeu que não é mais o todo poderoso, o “super-qualquer-coisa”, o dono de tudo... Ele simplesmente está ficando em segundo plano... E não acordou ainda.
E a grande maioria está se tornando homem objeto! Para uso genérico, após lixo.
Ops... estou sendo sexista? Vamos aos fatos:
No Brasil: De acordo com o Censo Demográfico de 2022, o Brasil tem mais mulheres do que homens, com uma proporção de 51,5% de mulheres e 48,5% de homens: 104.548.325 mulheres, 98.532.431 homens.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira em julho de 2024 é de 212.583.750 habitantes
O sexo feminino não apenas é mais expressivo – Isso significa que o país tem 6 milhões de mulheres a mais do que homens – como se concentra nas faixas etárias mais avançadas.
As Nações Unidas lançaram As Mulheres do Mundo do sec. XXI: Tendências e Estatísticas, uma compilação única contendo os mais recentes dados que documentam os progressos alcançados pelas mulheres em todo o mundo, em nove áreas: população, família, saúde, educação, trabalho, tomada de decisões, violência contra as mulheres, meio ambiente e pobreza.
O número de homens, por sua vez, avançou 5,5%, para 98,53 milhões (98.532.431), ritmo menor que o das mulheres. Com isso, eles são agora 48,5% da população, ante 49%, no último Censo antes de 2022. Em 2010, algumas regiões tinham uma “escassez” óbvia de homens, enquanto outras de mulheres. Em geral, a Europa é o lar de muitas mais mulheres do que de homens. Em contraste, alguns dos países, mais populosos, têm “falta” de mulheres
A proporção de homens para mulheres na China é maior do que a global. Em 2022, a população em idade ativa (15-64 anos) da China era de 508 milhões de homens (51,6%) e 476 milhões de mulheres (48,4%)
Embora a proporção de mulheres com 60 anos é superior a esta idade, ou seja, acima de 50% em todas as regiões, na Europa Oriental é muito mais elevada, com 63%. Na África Austral, a proporção também é elevada, com aproximadamente 59%.
Enquanto a proporção de mulheres casadas com 15 anos ou menos é geralmente muito baixa, na Nigéria é de cerca de 20%.
As mulheres são mais propensas do que os homens a morrerem de doenças cardiovasculares. Globalmente, estas doenças foram a principal causa de morte em 2004: cerca de 30% das mulheres e 27% dos homens morreram de doenças cardiovasculares naquele ano.
Em nível global, a taxa de meninas em idade escolar matriculadas na escola primária aumentou de 79 para 86% no período de 1999 a 2007. Mas na África Ocidental e Central existia uma das menores taxas do mundo, com menos de 60% das meninas em idade escolar, matriculadas na escola.
Na virada do milênio, um número estimado de 105 milhões de meninos e meninas em idade escolar em todo o mundo não estavam matriculadas na escola. Esse número baixou para cerca de 72 milhões até 2007, representando um declínio de 31%. As meninas representam 54% das crianças em idade escolar fora da escola (58% em 1999). A proporção de meninas fora da escola é maior nos Estados Árabes: 61%.
No ensino superior, o domínio dos homens foi invertido em nível global e o equilíbrio entre os sexos mudou em favor das mulheres, exceto na África Subsaariana e na Ásia Meridional e Ocidental.
Mulheres entre 25 e 54 anos agora têm maior taxa de participação no mercado de trabalho, na maioria das regiões, em comparação com os anos de 1990.
Os salários das mulheres representam entre 70 e 90% dos salários de seus colegas masculinos.
“O emprego vulnerável” – Trabalhar por conta própria e contribuição para o trabalho familiar – é predominante na África e na Ásia, especialmente entre as mulheres. Esses trabalhadores sofrem com a precariedade e falta de redes de segurança.
As mulheres ainda são raramente empregadas em trabalhos com status, poder e autoridade, e em ocupações tradicionalmente masculinas.
A maternidade continua a ser uma fonte de discriminação no trabalho. Mesmo com a legislação protegendo a maternidade, muitas mulheres grávidas ainda perdem seus empregos, e processos, nesta área, são comuns nos tribunais.
Chefes de Estado ou de Governo são cargos que ainda são quase que “imperceptíveis” para as mulheres. Em 2009, apenas 14 mulheres no mundo ocupavam estas posições. (Não acrescentar o Brasil nesta pesquisa de importância, por favor...).
Em apenas 23 países, as mulheres compõem uma massa crítica – mais de 30% – na câmara baixa de seu Parlamento nacional, no Brasil apenas 9%.
As mulheres são submetidas a diversas formas de violência: física, sexual, psicológica e econômica – tanto dentro como fora de suas casas. Taxas de mulheres vítimas de violência física pelo menos uma vez na vida variam 12% a mais de 59%, dependendo de onde vivem.
A mutilação genital feminina mostra uma ligeira diminuição na África.
Quanto ao resto... não necessariamente discutível... estamos em baixa cotação. Em tudo e no todo.
Podem começar a pensar mais homens... sejam mais parceiros e menos concorrentes. Neste último perderão sempre...
Entendimentos & Compreensões
Fontes:
Nova York, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Divisão de Estatísticas, As Mulheres do Mundo 2010: Tendências e Estatísticas, 10/2015.
PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 20/24
José Carlos Bortoloti – Escritor e Articulista –
Passo Fundo – RS
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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