Uma grande imoralidade da República

02/08/2017 às 09:46 Ler na área do assinante

Independentemente de que partido seja o indiciado, o Brasil não pode ser administrado por elementos indecorosos ou que seja flagrado em conversas, combinações ou negócios ilícitos, como ficou sobejamente demonstrado nas gravações feitas por Joesley Batista-JBS com o presidente da República Michel Temer, em que o visitante foi recebido pelo presidente, na calada da noite, com a liberdade que sempre o empresário transitou nos descaminhos da República.

É muito decepcionante ao país, em tão pouco tempo, testemunhar os três últimos mandatários serem atingidos por graves denúncias de maus comportamentos no exercício presidencial.  E aqueles que só viam defeitos nos representantes do PT, agora têm que conviver com as revelações bombásticas das relações promíscuas de Michel Temer com Joesley Batista.

O país precisa ser passado a limpo. A governabilidade positiva de qualquer dirigente ou o alegado resultado recuperador da economia não podem servir de pretexto para a sociedade contemporizar ou inocentar um presidente corrupto ou que não tenha se comportado com a decência esperada de um representante-mor da República.

Assim como e pelas razões jurídicas foi cassado o mandato de Dilma Rousseff, da mesma forma o Congresso Nacional tem que ter critério equânime para defenestrar Michel Temer. Pois pau que bate em Chico também tem que bater em Francisco.

Agora, o que é vergonhoso mesmo  é o país assistir  ao desplante pessoal de Michel Temer, ou através de sua tropa de choque, de sair a campo para cooptar partidos e políticos visando a compor maioria  para impedir denúncia contra ele na Câmara, e tudo isso regado a troca espúria de favores, o famoso toma lá, dá cá: distribuição de verbas públicas e cargos a rodo.

E para completar a encardida safadeza, tem-se notícia de que Temer pretende exonerar ministros licenciados da Câmara  para votar contra a denúncia na Casa. Aliás, os ministros licenciados da Câmara são todos biltres traidores dos eleitores, pois, depois que se elegeram, deram uma banana ao eleitor para servir ao governo.

Júlio César Cardoso

Júlio César Cardoso

Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado. 

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