Quando dois mundos se encontram na política...

Ler na área do assinante

Para qualquer análise, debate ou recurso de juízo com fins de crescimento do cidadão ou da sociedade como um todo, um dos meus temas favoritos sempre contará com a EDUCAÇÃO.

Infelizmente, há séculos, qualquer classe dominante, em qualquer lugar do mundo, descobriu que a educação é uma das ferramentas mais eficazes para dominar massas por longos períodos. Enfraquecer a educação de um povo é o maior facilitador de dominâncias, pois a vigilância não tem limites e a violência psicológica supera toda e qualquer cultura existente. Quando isso não é possível, o passo seguinte perpassa pela injustiça, pelo autoritarismo, e sucumbe com a força física baseada na violência e no extermínio. É o pico dos picos!

Sempre leio as crônicas do caro José Carlos Bortoloti, gaúcho de quatro costados, professor, escritor e jornalista, ou simplesmente, professor Borto. E como sempre almejo encontrar explicações para tudo (minhas curiosidades não são para saber quem repousa cotovelos na janela), minhas divagações pessoais se intrometem em percepções alheias.  Invariavelmente, extraio dos textos do professor algumas destas percepções. E dá-lhe analogias... com a vênia do professor.

O texto do professor nesta semana, felicíssimo e oportuno por sinal, trata justamente de um dos meus temas favoritos, que repito, é a EDUCAÇÂO. E com meu olhar atrevido, mas respeitoso, meto minha colher de pau, trazendo à baila os dois mundos; o da arte intelectual do professor, com seu olhar categórico e capacitado para análises isentas e crônicas independentes, e a minha veia jornalística em busca de respostas para agressões tão profundas que sofremos, e ambos os mundos, como num tiro à queima roupa, furam as vestes daquilo que não temos como escapar, convergindo ou divergindo: a política!

Trazendo para nosso alcance, porque no Brasil está latente, e em pleno curso, todo esse processo que narro aqui. A olhos vistos com intento de aniquilar a educação, desde a tenra idade, covardemente apunhalando espíritos ingênuos, nossos algozes do momento precisam ser pulverizados do nosso caminho. E uma boa dica, sugerindo uma leitura crítica como a que lhes provoco, indico a leitura da visão do professor.

Sem mais, vamos ao texto:

“#SOSEducacao: Nossa Triste (des) Educação!
“...outrora, o remador de Bem-Hur era um 
escravo, mas furioso. Remava as 24 horas por dia, 
porque não havia outro remédio e por causa 
das chicotadas. Mas, se pudesse, botaria formicida 
no café dos tiranos. Em nosso tempo, o socialismo inventou outra forma de escravidão: 
— a escravidão consentida e até agradecida...!”
Nelson Rodrigues

Atendendo pedido do presidente de nosso Senado Federal, que é para escrever sobre o que contribui, para o Brasil, faço disso, minha tarefa desta semana.

                                             Ao pensar em educação, na instrução de nossos adolescentes, principalmente, não tenho como não lembrar as palavras, para muitos ácidas, de Nelson Rodrigues. Sim estamos em uma “escravidão socialista consentida e até agradecida...!”.  

                 Pobres brasileses que não estão utilizando a razão. Estes momentos fortuitos (mesmo que já sejam longos) de pseudoletargia lhes custará um futuro próximo dos mais tristes de nossa recente história. E quando falo em recente, os levo ao último século registrado.

                                              Desde maio, deste ano, se formos fazer outra pesquisa – em nível internacional, por favor, e não as pesquisas idiotizadas para as eleições – veremos que “descemos” em graus degradantes para o ensino, jamais vistos por aqui nas terras ditas, ainda e parece, cada vez mais, tupiniquins.

                        

  •  Estamos nos distanciando na média mundial em educação. E muito desde a última pesquisa, no ano passado, não avançamos. De acordo com o Ministério da Educação, o Brasil está na 64ª posição na tabela geral do Pisa, superando a Argentina e a Colômbia entre as nações latino-americanas. 

Mas o que esta pesquisa realmente “mede”?

                              Simples, o nosso amado Brasil é comparado através de resultados de provas de matemática, ciência e leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação escolar.

                               Só não ficamos atrás de notícias que ainda não nos chegam aos olhos, ouvidos, e na maioria dos habitantes deste país, como Ensino de Igualdade de Gênero gera boicote às escolas na França; Para a Unicef, 230 milhões de crianças não existem oficialmente (não se preocupem, estamos neste ranking também).

                          E alguns portais e até veículos, estes de concessão do dito “Governo”, diz que: melhoramos, mas ainda estamos na rabeira dos outros países em educação. 

Como assim “melhoramos”, se estamos nos últimos colocados?

O Brasil está atrás do Peru e de outros países da América do Sul em um ranking de educação com 79 países. 

A Associação Brasileira de Educação (ABE) afirma que o Brasil está em penúltimo lugar no ranking global de qualidade de educação.

Alguém pode me explicar? Deve ser algum algoritmo desconhecido, ou então escalas estatísticas que aqui ainda não foram definitivamente esclarecidas a estes “escrevinhadores” e não jornalistas.

                                          O Brasil aparece na 64ª posição do ranking, na frente de México e Indonésia – e isso é considerado “um avanço” de um lugar -, na comparação com a edição de 2023.

Nossa.... É um espanto quem disse que isso é avanço... como classificariam um retrocesso nestes mesmos índices?

                                         O indicador do ranking é composto a partir de duas variáveis: capacidade cognitiva (medida por resultados de alunos nos testes internacionais PISA, TIMSS e PIRLS) e sucesso escolar (índices de alfabetização e aprovação escolar).

                                         O número usado para comparar os países ("escore z") indica o quão longe cada nação está da média dos 40 países (que é zero, nesta escala). Foram analisadas nações da Ásia, da Europa e das Américas – nenhum país africano participa do ranking.

Bem, só faltava estarmos atrás da “usurpada África” e sua pobreza que se tornou indústria para muitos países do mundo.

Um comentário por deveras desolador:

"Países em desenvolvimento ocupam a metade inferior do ranking, com a Indonésia novamente aparecendo em último lugar entre as 74 nações analisadas, precedida por México e Brasil", diz o relatório produzido junto com o ranking ("A Curva de Aprendizagem").
"É preciso questionar a habilidade dos sistemas educacionais destes países de suportar índices altos de crescimento econômico no longo prazo."

                                    

Em curto prazo, então, estaremos totalmente ignorantes:

Mas eis a relação completa de nossa “desonrosa” classificação:

    • Os cinco melhores: O Brasil está atrás do Peru e de outros países da América do Sul em um ranking de educação com 79 países, penúltimo lugar no ranking global de qualidade de educação. 

    • Os piores:   O Brasil pontuou 379 pontos em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências. Singapura, Macau, Japão e Coreia ocupam as primeiras posições. 

Uma de nossas “des-culpas”?

                                   "Nós não temos professores porque essa carreira não é atraente. Isso é um problema que não será resolvido a não ser que o governo e os governantes decidam mudar isso", diz a diretora do Seade, no documento da Pearson e EIU.

                                     Para formar bons professores e não “robozinhos do construtivismo barato ou do sistema dito Freire”, precisamos novamente aprender às práticas do “velho” magistério.

                                    Em capitais brasilesas já se vê pais utilizando o sistema do início da década de 70 nos EUA, as “school-house”. Sim, estão ensinando os filhos em casa e vão à escola apenas para fazer as provas e “alimentar” o sistema falido do pior MEC dos últimos 20 anos.

                                   Para quem tem filhos, está na hora de acordar. Pois deixarão alfabetos funcionais que logo abandonarão a escola e a academia, pois não conseguirão acompanhar os demais.

Aonde irão? Ao já conhecido “mundo marginal”.

Parece que os brasileses ainda não aprenderam que...

Pensar não dói...

Acordem, ELEITORES e LEITORES!”

Fonte e Pesquisa:

BBC Brasil – Educação – 

Relatório produzido pela empresa 

de sistemas de aprendizado Pearson

 (Ligado ao jornal britânico Financial Times) 

e pela consultoria britânica 

Economist Intelligence Unit (EIU).

José Carlos Bortoloti. Escritor e articulista. Passo Fundo - RS

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
  http://livrariafactus.com.br

Ler comentários e comentar