A “roleta russa” criada pelo ministro Alexandre de Moraes

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Tentar saber o que foi dito em uma delação é “obstrução da justiça” onde? O delator já falou, ora bolas. Trata-se apenas de alguém querer saber o conteúdo. Até jornalista faz isso normalmente.

Agora, imaginar que a pessoa, depois que toma conhecimento do conteúdo, vai sabotar as investigações em curso, vai agir dessa ou daquela maneira para tentar alterar o desfecho de alguma coisa, é especulação pura.

O que aconteceu com o Gen. Braga Netto é mais uma prisão “minority report” da juristocracia.

O Brasil agora é um país perigoso, em que qualquer um pode ser preso sem que tenha feito nada. Eu mesmo não me sentiria seguro atualmente no meu próprio país - não falo com relação à violência, pois nesse quesito a insegurança já é presente há duas décadas pelo menos, mas no que concerne à liberdade, ao sagrado “direito de ir e vir”. Isso porque depois da eleição de 2022 até o dia da posse do Lula gravei vídeos, escrevi um monte de coisas, fiquei ao telefone com dezenas de pessoas, e etc, dizendo coisas que hoje em dia são consideradas proibidas de serem ditas pelas autoridades que compõem a juristocracia e seus operadores...

É uma roleta, um jogo de azar, onde toda e qualquer pessoa pode ser atingida, basta o nome aparecer de alguma maneira em algum local, desde mensagem de WhatsApp a postagens da internet (mesmo apagadas).

Se isso não é um ambiente de terror, instaurado pelo STF, eu não sei mais o que é.

A partir de agora o chamarei de jacobinismo alexandrino.

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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