Ver um profissional do jornalismo ceder passivamente à censura é vergonhoso e deprimente (veja o vídeo)

Ler na área do assinante

Ver um profissional no jornalismo capitular publicamente e ao vivo, é muito triste!

Ainda hoje, dois dias após o triste episódio da censura aplicada ao advogado Paulo Cunha Bueno pelo apresentador do programa Linha de Frente da Jovem Pan News, Fernando Capez, é no mínimo incômodo. Meio que deprimente!

Ontem, assisti ao programa de novo na expectativa, ou esperança, de ver o Capez posicionar-se ou redimir-se, sobre o caso. Atento às suas palavras, nada foi dito. Nada, nada, nada! Curiosamente, em determinado momento sobre outro assunto, ele soltou uma frase que soa estranho à sua própria conduta - “Eu não gosto de receber ordens”.

Ora, como tenho comigo que ele recebeu ordens da diretoria para encerrar a entrevista com o dr. Paulo, haja vista o seu notório nervosismo, e gaguejante que ficou para lidar com a situação, como pode sucumbir à ordem? Até acredito piamente que ele agiu a contragosto, mas vacilou!  Tem até uma piscadinha suspeita do Capez que nos remete ao famoso "missão dada, missão cumprida" de um certo magistrado. Ou foi um cisco?

Faltou-lhe o que sobrou ao seu antecessor no mesmo programa, o advogado, jornalista, palestrante, escritor e apresentador, Tiago Pavinatto: princípios morais, coragem e honradez! Longe de mim querer fazer juízo do caráter do Capez, pois não tenho dúvidas que o possui, mas não vou poupá-lo sob o espectro profissional a que se propõe.

Há cerca de um ano e pouco, mais precisamente no dia 22 de agosto de 2023, o Pavinatto fez pesadas críticas, e com toda razão e nobreza, sobre a decisão de um desembargador que julgou o caso de um pedófilo, que além de absolver o cidadão, ainda ofendeu uma criança de 13 anos de idade. A direção da casa ordenou-lhe uma retratação para com o magistrado, e no ar, Pavinatto se revoltou e não cumpriu a ordem. Sua atitude causou-lhe a demissão sumária. E sabem o resultado? Pavinatto saiu ainda maior, mais reconhecido, admirado e respeitado.

Não vou alongar-me, mas permito-me a fazer um comparativo entre a postura de ambos em casos semelhantes. A objetividade, independência, transparência e lucidez do Tiago Pavinatto que se contrapõe frontalmente à falta de profissionalismo, grosseria e esmero claudicante na atuação do Fernando Capez.

À Jovem Pan News restou o que há de mais caro ao jornalismo: perda de credibilidade e confiança, além de danos de apoio institucional, comercial e de audiência. Uma pena, mas escolhas são escolhas!

Assista o vídeo:

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
  http://livrariafactus.com.br

Ler comentários e comentar