Acabou a valentia, predomina a covardia: Alô Forças Armadas, aquele abraço!

20/11/2024 às 07:19 Ler na área do assinante

Até pouquíssimos anos atrás nossas Forças Armadas eram gigantes. O exército era respeitado pela população e temido pela bandidagem. Tudo mudou com a passagem de mão do governo para o Lula. As previsões se confirmaram: a imagem e o prestígio do Exército despencaram.

Em outubro uma viatura do GSI foi roubada em São Bernardo do Campo, quando faziam a inspeção onde o Lula iria votar. Em seguida, o automóvel de um ministro que estava a serviço do Governo Federal também foi roubado e pasme: recuperado pela Polícia Militar. Posteriormente outro veículo também foi objeto de roubo – dessa vez uma das viaturas que compunha a segurança do próprio presidente da República, no G20.

Não bastasse tudo isso, em regime de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), o Exército foi acuado por criminosos do Comando Vermelho quando em serviço na Linha Amarela. Foram salvos pela Polícia Militar que chegou para socorrê-los, após pedido de ajuda do próprio Exército.

Humilhante – essa é a expressão que melhor traduz os parágrafos acima. Quem diria que as nossas Forças Armadas seriam desmoralizadas, não é mesmo?

Todos nós! O que não sabíamos é que seria tão rápido. 

Não foi por falta de aviso. Olavo de Carvalho não era opinião isolada. Os especialistas em peso cantaram essa pedra.

Vejam bem: o Exército estava respaldado por uma GLO para garantir a segurança em tempos de G20 – e nem assim pôde agir, sob pena de não se verem protegidos por uma das excludentes de ilicitude do Código Penal. Mesmo encurralados, preferiram pedir apoio à PM ou poderiam responder criminalmente caso tivessem que neutralizar algum bandido. Imagine se um desses soldados do CV fosse menor de idade – que dor de cabeça para se ver livre de um processo criminal...

Esse é o Brasil que estamos vivendo.

A crise na segurança pública – o sucateamento das forças policiais e o engessamento de suas atividades - a política de desencarceramento – a legislação privilegiando os “direitos dos manos” com audiências de custódia, descriminalização de condutas e benesses para que delinquentes respondam soltos por seus crimes bárbaros – tudo isso potencializou o desmoronamento do respeito pelas Forças Armadas.

Não se pode olvidar, para piorar, que essas premissas foram referendadas por uma mídia militante – mais que complacente: cúmplice.

Qual brasileiro, em sã consciência, reprova a atitude desses militares que, encurralados, solicitaram apoio da PM? Quem viveu no país nos últimos anos testemunhou o quanto nossos policiais são perseguidos – igualmente observou o quanto nossos militares, aqueles que amam a Pátria e o povo, também são implacavelmente perseguidos e desprotegidos pela lei e pelo sistema.

Deste triste cenário, Carla Zambelli, conseguiu abstrair uma peculiaridade lamentável, mas que explica ainda mais a atitude dos militares em pedir a ajuda da PM para salvá-los. Ao comentar sobre o episódio, a Deputada Federal chamou a atenção para o fato de que todo soldado em batalha, inspira-se e encontra motivação maior na figura do seu líder. No caso concreto, os soldados brasileiros não encontram essa motivação no Lula - ao contrário.

Por tudo isso (e mais algumas coisas), o Exército perdeu a moral. Que tipo de inspiração aqueles militares na Linha Amarela poderiam ter na imagem do Lula, quando estavam sendo alvejados pelos delinquentes? Qual o sentimento que toma conta de um soldado do Exército nessa situação? Assim como você, o soldado também sabe que o Ministro da Justiça do Lula, hoje no STF, não precisa de escolta para entrar no território do Comando Vermelho. Que exemplo é esse?

Não somente o próprio presidente é um “descondenado”, mas muitos de seus ministros, condenados na Lava Jato, tiveram seus processos anulados e condenações revertidas – que exemplo é esse?

Em agosto de 2024 o comandante do Exército não gostou do corte de R$ 675,7 milhões que sofreu o Ministério da Defesa e, em novembro, Fernando Haddad, Ministro da Economia, anuncia cortes muito mais significativos na pasta.

Quem não dá valor as Forças Armadas, também não dá valor à proteção de suas fronteiras e de seu povo. Nossas fronteiras estão inseguras pela forma com que o Lula trata o Exército.

José Dirceu já havia deixado claro e o próprio Lula já havia demonstrado exaustivamente o seu desprezo pelas FFAA. Não foi novidade para ninguém.

Assim, é importante que o povo brasileiro tenha em mente que não existe liga no relacionamento entre o Lula e as FFAA. De outro lado, não espere que a ajuda venha de fora, não virá. Liberdade se conquista.

Se o povo brasileiro está sendo vítima de uma tirania institucionalizada, então é o povo, primeiramente, que deve enfrentar essa tirania. Somente a partir daí a comunidade internacional pode ajudar.

Doce e infantil ilusão pensar que seremos salvos por ajuda internacional sem que haja, no mínimo, um levante popular de envergadura considerável.

É o povo quem deve arregaçar as mangas e enfrentar o autoritarismo, resgatar sua liberdade de opinião, de expressão e de crítica. É o povo quem deve exigir que a lei seja cumprida no nosso país – que seja respeitado o devido processo legal, o princípio do contraditório, da ampla defesa e da igualdade das partes. Também é o povo que deve zelar pela tripartição e autonomia dos Poderes – em que o STF deve ser apenas o guardião dos preceitos constitucionais – sem qualquer vínculo ou função política.

Enfim, um povo que não tenha a coragem suficiente para lutar pelos seus valores, não poderá reclamar se a ajuda de fora nunca chegar.

Ninguém disse que é fácil combater uma ditadura e também não se tem notícia de nenhuma cartilha que ensine o povo a atuar em defesa da democracia e contra o autoritarismo, mas devemos lutar contra essa tirania que tomou de assalto o nosso Brasil.

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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