Ressignificando a estupidez. Uma mensagem certeira para desavisados

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Há décadas passamos por adversidades, de enganações a apropriações, da censura à repressão, de prisões a assassinatos em massa, invariavelmente promovidos pela esquerda, por diversos regimes mundo afora. Inclua-se nessa obra perversa, os progressistas.

Ainda hoje, é difícil classificar uma faceta destas monstruosidades. Trata-se do encantamento que a ideologia consegue impor a determinadas coletividades. Dos protagonistas, seja de qualquer escala, sabemos dos seus métodos, objetivos e intenções, mas o que acontece com os encantados fisgados? Esse questionamento é matéria de estudos da mente humana, do emocional, do social, cultural, e até mesmo da ciência tecnológica e afins.

Literaturas mil para tentar decifrar essa voracidade e ferocidade coletiva que sustenta a desumanidade que a esquerda produz. 

Até então, nós entendemos, mas não compreendemos com a profundidade necessária.

Encontrei num texto anônimo (que desde já, deixo espaço aberto para identificá-lo, sem problema. Pelo contrário!), que aborda sobre a lucidez de um herói alemão, Dietrich Bonhoeffer (II Guerra Mundial). Ele conseguiu nomear a questão com a TEORIA DA ESTUPIDEZ. É na estupidez humana que reside o comportamento para explicar esse embasado modo de vida de uma sociedade.

A expressão ESTUPIDEZ ganha novos contornos além da brutalidade, ignorância, burrice ou falta de educação.

Não à toa, o gênio Einstein um dia disse: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta.” 

Fica, de alguma maneira, mais compreensível a partir da hora que detectamos essa realidade com gente da nossa própria família. Se o envolvimento materno e paterno foi o mesmo, se a educação dos irmãos foi a mesma, as oportunidades e convivência iguais, o relacionamento familiar e extrafamiliar também, então o que justifica alguns se desgarrarem uns dos outros. A explicação está na ESTUPIDEZ! Eu mesmo fico chocado quando classifico um ente querido como apologista da pedofilia ou abortista, por exemplo. 

Destaco dois pontos de ensaio do Bonhoeffer: o problema não é psicológico, mas sociológico. E uma pessoa estúpida sempre precisa da estupidez de outra. 

Vamos ao texto:

Dietrich Bonhoeffer, um alemão forte! (Título meu)
“Dietrich Bonhoeffer foi um intelectual alemão que se opôs ao nazismo e, por isso, foi preso.
Na prisão, ele refletiu muito, tentando entender como era possível que seus compatriotas alemães estivessem apoiando tão fervorosamente Hitler e suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, em termos científicos, tecnológicos, culturais, etc.
Ele chegou a uma conclusão: o povo alemão foi vítima da estupidez coletiva. E então Bonhoeffer escreveu um ensaio sobre a estupidez que hoje vale a pena recordar.
Segundo Bonhoeffer, a estupidez não tem uma causa psicológica, mas sim sociológica, ou seja, é contagiosa: a estupidez de uma pessoa precisa da estupidez de outra.
É como um feitiço formado por palavras de ordem que se apodera das pessoas. Por isso, você verá pessoas muito inteligentes que, em determinado momento, se comportam de maneira estúpida, porque é uma recaída de sua personalidade que nada tem a ver com suas capacidades mentais, que podem ser muitas.
Quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, nunca acreditarão nos argumentos contra sua estupidez; simplesmente os ignorarão. São absolutamente impermeáveis às advertências sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode ocasionar a elas mesmas e aos outros estúpidos, e sempre se sentem orgulhosas de si mesmas e de sua estupidez.
Ainda mais, muitas vezes é perigoso tentar persuadir um estúpido com razões, pois ele se sentirá agredido, irritar-se-á facilmente e até tentará atacar.
Há momentos na vida das sociedades em que, contra a estupidez, não há nenhuma defesa. Daí nascem as ditaduras, assim como também o declínio dos países.
Cuba com o castrismo e Argentina com o peronismo são exemplos.
Posteriormente a Bonhoeffer, o historiador e economista italiano Carlo Cipolla, seguindo a mesma lógica do alemão, condensou em cinco leis sua teoria da estupidez.
1. Sempre se subestima o número de estúpidos em circulação.
2. A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida é independente de sua educação, riqueza, inteligência, etc.; ou seja, a estupidez se distribui igualmente em todos os segmentos da população.
3. O estúpido causa danos a outras pessoas e a si mesmo, sem obter nenhum benefício.
4. Eles são imprevisíveis. As pessoas NÃO estúpidas sempre subestimam o poder danoso dos estúpidos.
5. Os estúpidos são mais perigosos que os bandidos e os malvados. Não há nada mais perigoso que um estúpido com poder.
Segundo Bonhoeffer, só quando o governo ou o regime social que produz a estupidez coletiva entra em colapso ou em crise, as pessoas podem se libertar dela e da dor que começa a surgir pela contradição entre seus pensamentos e seus atos.
Na Venezuela, felizmente, muitas pessoas começaram a abrir os olhos e, com dor e arrependimento, silencioso ou não, começam a entrar em razão e a deixar de apoiar um governo eleito em um momento de estupidez coletiva.
Aqui no Brasil o resultado das últimas eleições municipais indica que esse processo de percepção da estupidez finalmente teve início!”
*Autor desconhecido 
Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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