Agora, ou vai ou racha! Popularmente, é 'sinuca de bico' para Alexandre de Moraes
08/11/2024 às 20:39 Ler na área do assinanteDois cenários expostos se cruzam neste momento com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos da América. A apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro por parte de Alexandre de Moraes e o pedido de Jair Bolsonaro para que Alexandre de Moraes conceda a liberação do passaporte para a posse de Trump em 20 de janeiro de 2025.
Moraes já deu sinais, pelo menos publicamente, que nada muda em suas decisões com a eleição de Trump. Quer mostrar independência. Mas será mesmo?
Certamente, Trump vai enviar um convite formal para Bolsonaro, selando assim sua conduta e viés diplomático na relação com o Brasil. Acredito que protocolarmente, o staff da diplomacia do presidente eleito americano vai também convidar o presidente do Brasil. A pergunta que fica é se Lula não vai cair de novo no banheiro...
Eis a sinuca de bico para Moraes.
Se ele insistir em se mostrar independente e negar a liberação do passaporte, vai criar um imbróglio nas relações internacionais, porque não é apenas a América a ser contrariada. Outros líderes globais também irão colocar em xeque a democracia brasileira, ampliando as desconfianças que os americanos já têm, para outros países de todo o mundo. Moraes vai ter que pensar mil vezes antes de tomar tal decisão.
Seria vexatório, por exemplo, Bolsonaro aparecer num telão, na posse de Trump, que seja com meia dúzia de palavras apenas. Seria um estrago gigantesco nas relações internacionais brasileiras, conflagrando uma guerra diplomática sem precedentes para o Brasil. Com uma única exceção; se o Brasil declarar e assumir ser um país com um regime (qualquer um que seja) frontalmente contrário à democracia. Acho que não se atrevem a tanto. É cedo, sendo assim, seria um suicídio político coletivo.
Para complicar ainda mais a vida de Moraes, já existe um movimento de parlamentares que irão à posse de Trump. Fala-se em 50 deles. Serão 50 vozes contando o que está acontecendo por aqui. E o que não falta é gente influente para emprestar ouvidos por lá. Americanos, italianos, portugueses, franceses, espanhóis, alemães, ingleses, japoneses, enfim, o mundo vai se tornar um orelhão, inclusive, a imprensa mundial.
Por outro lado, com estas nuances citadas, entre outras, Moraes poderá se sentir obrigado a ceder. No fundo, será apenas para minimizar os estragos, porque não é crível que esta atitude vá limpar a barra dele. Definitivamente, não!
Bolsonaro devolveu a bola da vez para Moraes, e não sabemos, ainda, o que será feito dela. Façam suas apostas. Bolsonaro, à espera, de bermuda e chinelos, está tomando um caldo de cana e comendo um pastel...
Aliás, será que os membros do nosso judiciário serão convidados?
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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