A mesa da sala da mansão de um magistrado suspeito de vender sentenças
05/11/2024 às 08:58 Ler na área do assinanteA Polícia Federal apreendeu no dia 24 de outubro, quase R$ 3 milhões de reais, em dinheiro vivo, na casa do desembargador aposentado, Júlio Roberto Siqueira Cardoso.
O magistrado foi alvo de mandado de busca e apreensão durante a Operação Ultima Ratio, que investiga um suposto esquema de compra de sentenças judiciais.
Pela imagem é possível ver notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e até mesmo dólares, na mesa da sala da mansão do aposentado.
A PF está investigando a verdadeira origem da fortuna.
Os investigadores suspeitam de venda de sentenças.
A PF pediu a prisão do desembargador, mas a Procuradoria-Geral da República não considerou necessário seu confinamento - manifestação acatada pelo ministro Falcão, que mandou monitorar Cardoso e outros cinco desembargadores da Corte estadual com tornozeleira eletrônica.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul é um dos que melhor paga seus magistrados em todo o País, indica o Conselho Nacional de Justiça. A média salarial é R$ 120 mil todo mês. Há períodos, no entanto, em que penduricalhos dobram esse valor.
Júlio Cardoso, por exemplo, recebeu contracheque de R$ 248 mil em junho e de R$ 237 mil em fevereiro.
Apenas sob a rubrica ‘direitos eventuais’ o desembargador recebeu, entre janeiro e junho, R$ 650 mil, majoritariamente ligados à indenização de férias (R$ 240 mil) e pagamentos retroativos não especificados (R$ 371 mil).
Ao todo, nos primeiros seis meses do ano Cardoso recebeu R$ 842,2 mil líquidos de salários - o rendimento bruto bateu em R$ 1 milhão.
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