Em despedida da Câmara, deputada fica cara a cara com Lira e toca no ponto mais fraco (veja o vídeo)
01/11/2024 às 18:59 Ler na área do assinanteA deputada Eliza Virgínia, ao se despedir da Câmara dos Deputados, expôs, frente a frente com o presidente da Casa, Arthur Lira, como os deputados foram impedidos de votar, na Comissão de Constituição e Justiça, a anistia aos presos pelo 8 de janeiro.
O projeto de lei estava na pauta da CCJ, mas Lira inventou uma comissão especial e mandou todo o trabalho de volta à estaca zero
Eliza Virgínia disse:
“Eu me despeço hoje da Câmara Federal com um misto de emoção. Estou feliz por ter contribuído, por estar com a sensação do dever cumprido, porque fiz o meu possível para colaborar com a pauta conservadora do Brasil.
E estou com um nozinho na garganta, triste, porque não conseguimos votar ontem a anistia. Mas, ao mesmo tempo, num dia tão emblemático como o de ontem, nós vimos ocorrer a anistia, entre aspas, de pessoas como Renan Calheiros, como Jader Barbalho, como José Dirceu.
Apesar de seus processos, apesar das provas robustas, apesar das condenações em três instâncias, apesar de tudo o que aconteceu, eles foram perdoados, eles foram anistiados”.
A deputada assumiu por 120 dias o lugar de Mersinho Lucena - que se licenciou para ajudar na campanha do pai Cícero Lucena, reeleito em João Pessoa - PB.
“Nós não podemos dar anistia, ainda, aos presos do 8 de janeiro, minha maior preocupação aqui nesta Casa. No meu primeiro dia aqui, fui à frente do STF pedir pelas Déboras, não por Débora exatamente mãe de dois filhos menores, que, diferentemente da esposa de Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, não teve o direito de ser solta, de responder em liberdade justamente por ter filhos pequenos, mas por todas as outras Déboras, por todos os Clezãos, por todas as pessoas que estão sofrendo, que estão perdendo seus aniversários, aniversários de seus filhos e netos, estão perdendo nascimentos, natais, ano novo", lamentou.
Eliza Virgínia finalizou:
“Estamos criando neste Brasil, por conta dessas ditaduras judiciais, uma centena de órfãos de pais e mães vivos. Isso me entristece muito. Mas eu espero que brevemente nós possamos sanar essa injustiça tremenda. Nós sabemos que já houve várias invasões, várias depredações, e as pessoas estão soltas, os verdadeiros culpados estão soltos”.
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da Redação