Magistrado afastado pelo STJ diz sobre juiz denunciante: “O câncer de toda essa história é aquele juiz fdp”
31/10/2024 às 13:57 Ler na área do assinanteO juiz da comarca de Três Lagoas (MS), Rodrigo Pedrini, é visto como um “câncer” pelo desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, recentemente afastado de suas funções pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por suposto envolvimento num cabuloso esquema de venda de sentenças judiciais.
A revelação de que o juiz de Três Lagoas é visto como um “câncer” aparece na transcrição de uma conversa pelo whatsapp entre Marcos Brito e o juiz Fernando Paes, no dia 5 de fevereiro de 2022.
À época, o CNJ estava prestes a votar uma denúncia contra o então juiz Fernando Paes Campos, que em novembro do ano passado foi promovido, por merecimento, a desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Marcos Brito escreveu o seguinte:
“Bom dia. De qualquer forma, seja qual for o voto da ministra, verdade é que estão fazendo uma puta sacanagem com você. Esquecí de perguntar: será que ela faz maioria pro voto dela? O câncer de toda essa estória é aquele fdp do juiz de Três Lagoas”.
O diálogo deixou claro que não era só o Marcos Brito que estava irritado com o colega que insiste em denunciar o malfeito.
Pior, que além da ira dos desembargadores, o juiz de Três Lagoas é alvo inclusive de uma espécie de ameaça.
Fernando Paes de Campos respondeu assim:
“Quanto ao filho da puta de TL, ele não perde por esperar”.
Tudo isso foi apurado nas transcrições feitas pela Polícia Federal, que conseguiu a quebra do sigilo telemático de Marcos Brito.
Fernando Paes fora denunciado porque, segundo Rodrigo Pedrini, havia ajudado pessoalmente a desembargadora Tânia Borges a tirar da cadeia de Três Lagoas o filho que havia sido preso em flagrante com centenas de munições e 230 quilos de maconha.
Em abril de 2022 o CNJ abriu investigação contra Fernando Paes. Em novembro do mesmo ano, ele foi absolvido e exatamente um ano depois foi promovido a desembargador. A desembargadora Tania Borges, porém, foi aposentada compulsoriamente, em outubro de 2021.
Fernando Paes, que à época atuava no TJ como assessor da presidência, acompanhou pessoalmente a desembargadora na viagem de Campo Grande a Três Lagoas, cidade na qual já havia trabalhado e por conta disso tinha “portas abertas” no sistema prisional. A cúpula do TJ ajudou na defesa do magistrado durante as investigações no CNJ, onde foi absolvido por unanimidade.
Rodrigo Pedrini foi o autor das denúncias que resultaram na abertura de investigação contra o desembargador Divoncir Maran, que supostamente recebeu propina para colocar em liberdade o traficante Gerson Palermo, em abril de 2020. O traficante de cocaína estava condenado a 126 anos de prisão. A libertação foi revogada no dia seguinte, mas ele está foragido até hoje.
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da Redação