Itaipu destina R$ 81 milhões à cooperativa vinculada ao MST

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A Itaipu Binacional, uma das maiores hidrelétricas do mundo, firmou um convênio para transferir R$ 81 milhões até 2027 à Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR), vinculada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A usina, que é administrada conjuntamente por Brasil e Paraguai, tem a missão de garantir tanto a produção de energia quanto o desenvolvimento regional. No entanto, o redirecionamento dos investimentos desde o início do governo Lula provoca controvérsias.

Durante o governo Bolsonaro, os recursos da Itaipu foram direcionados para grandes obras de infraestrutura, como a construção da segunda ponte entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (PY) e o início das obras de uma terceira ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (PY). Essas obras foram elogiadas por setores do agronegócio e de transportes, pois melhoraram a logística e facilitaram o comércio na região fronteiriça.

Com a nova gestão iniciada pelo governo Lula, o foco dos investimentos mudou, como o convênio com a cooperativa associada ao MST. O deputado federal Nelsinho Padovani (União-PR), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, manifestou sua insatisfação:

“Enquanto Foz do Iguaçu está tendo a maior epidemia de dengue da história; enquanto não temos duplicação da BR-277 de Foz do Iguaçu a Curitiba; enquanto São Paulo que é abastecida por energia de Itaipu sofre com falta de investimento na estrutura elétrica e fica dias sem energia; Itaipu tem a energia elétrica mais cara de todas as hidrelétricas de grande porte e investe em ações que não são de sua atividade e, inclusive, contra o direto à prioridade do Brasil.”

Padovani reflete a preocupação de quem acredita que a hidrelétrica deveria priorizar investimentos em infraestrutura e segurança energética, especialmente diante de apagões e da crise elétrica que atinge grandes cidades abastecidas por Itaipu. Segundo ele, os novos investimentos não estão alinhados à missão principal da empresa e ignoram as demandas mais urgentes da região.

Além de fornecer energia para cidades brasileiras e paraguaias, Itaipu tem um histórico de apoio ao desenvolvimento regional. Na gestão anterior, os projetos de infraestrutura eram vistos como fundamentais para impulsionar o crescimento econômico e fortalecer o comércio na fronteira.

A mudança para projetos sociais, na visão de alguns críticos, representa um uso inadequado de recursos públicos, especialmente por beneficiar um movimento como o MST, conhecido por ocupar terras.

Com a energia mais cara entre as grandes hidrelétricas e problemas de infraestrutura se acumulando, faz sentido Itaipu gastar milhões em ações sociais, quando sua função principal é garantir energia e apoiar o desenvolvimento regional?

A decisão pode prejudicar a credibilidade da hidrelétrica e aumentar as tensões entre o agronegócio e os assentamentos ligados ao MST, especialmente no Paraná, um estado marcado por conflitos agrários e ocupações de terra.

Em resposta às críticas, a Itaipu declarou que o convênio foi firmado dentro das normas legais de licitação e que o projeto beneficiará cerca de 3,5 mil famílias de agricultores familiares. A empresa destacou que o objetivo é incentivar a produção sustentável e aumentar a oferta de alimentos saudáveis para programas de alimentação escolar. A execução do projeto será acompanhada pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), uma divisão da empresa focada em ciência e empreendedorismo.

Segundo a Itaipu, o foco é fortalecer a agricultura familiar e gerar emprego e renda para as comunidades envolvidas. A empresa garantiu ainda que monitorará a aplicação dos recursos para assegurar que tragam resultados positivos para a região.

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