É, Fuad, Kalil e Kassab, enfrentar a realidade não é mole não! E não serão as pesquisas que irão ajudar. É trama ou drama?

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Fatos corroboram com a ideia de que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, foi infiltrado na campanha do republicano Mauro Tramonte na campanha do 1º turno na cidade. Todos sabem que Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido pelo qual o atual prefeito Fuad Noman concorre no 2º turno com o peelista Bruno Engler, é a mão e a cabeça que influencia e articula isso. São dele as artimanhas para fazer o que mais sabe; um caçador de oportunidades.

O deslocamento do Kalil para o Republicanos tem como base a expectativa da performance da candidatura do Tramonte medido por pesquisas, mas caíram na própria armadilha como já detalhei em outras matérias sobre o que penso das pesquisas eleitorais. Para quem não se lembra, Kalil estava cotado para ser o vice do Tramonte. Isso só não aconteceu por causa da intervenção política do governador mineiro Romeu Zema, que de lambuja, ainda colocou sua secretária de planejamento, Luísa Barreto como vice na chapa. O nome dela estava cotado para ser a candidata do NOVO, partido do Zema, ao pleito em Belo Horizonte. 

Pois bem, Kalil, que já havia deixado o PSD e migrado para o Republicanos, foi escanteado da chapa, mas pela simples presença do nome dele, Tramonte começou a ver sua candidatura ruir, e como de fato, ficou fora do 2º turno. Num pecado político às cegas, Tramonte ainda apostou, até o fim, que Kalil poderia novamente alavancar seu nome, saindo com ele pelas ruas da cidade. Sinceramente, não sei como puderam ser tão ingênuos. Desde a pandemia em 2020, Kalil passou a ser conhecido, além de arrogante, como o prefeito coveiro, tantas covas ele mandou abrir, e pelo visto, abre covas, agora, político/eleitorais, até hoje (tanto fez que caiu numa delas). Kalil jogou com o sistema no período pandêmico, criando uma legião de moradores de rua e de desempregados, quase levando a cidade à falência, fechando comércio e serviços.

Em situação de concorrência política normal, na minha opinião, Bruno Engler do PL, seria eleito ainda no 1º turno, por dois motivos; Fuad teria o coveiro a seu lado, e Zema não estaria com Tramonte. Basta ver a posição que o Zema tomou agora no 2º turno, apoiando Engler, e a fuga desesperada do Fuad ao não querer (ele pensa que consegue) associar seu nome a figuras como a do Lula e do próprio Kalil, além de outras figuras tão abomináveis quanto, como os petistas Rogério Correia* e o ministro Alexandre Silveira (que o apoiam) e o pedetista Duda Salabert* (que também o apoia). *Disputaram o 1º turno na capital mineira.

Mas, voltando ao Alexandre Kalil, já é de conhecimento público que ele responde a vários processos na justiça, de toda ordem, mas nesta semana, o Ministério Público de Minas Gerais o denunciou, junto a outros quatro nomes - Adalclever Lopes, igualmente atolado em processos judiciais, ex-deputado estadual e ex-secretário de governo na prefeitura do Kalil, Adriana Branco. sua eterna braço direito, Alberto Lage, ex-secretário-adjunto de governo da prefeitura (mas foi excluído do inquérito após fazer acordo com o MPMG), além do publicitário Cacá Moreno, dono da agência de publicidade. 

Adriana acompanha Kalil desde os tempos (até onde eu saiba) que ele exerceu a presidência do Clube Atlético Mineiro (2008/2014). Em passant... aqui em Belo Horizonte todo mundo sabe que Kalil só foi eleito na onda dos títulos que o clube conquistou em 2013 e das figuras dos campeões Ronaldinho Gaúcho e Cia, pois seu histórico como personalidade política ou beneficente é zero.

Assim que assumiu a cadeira do municipal, em 2017, Kalil levou Adriana Branco para compor seu governo. O curioso é que mesmo após a renúncia dele para concorrer ao governo do estado e de sua saída do partido do seu sucessor, o próprio Fuad Noman, Adriana Branco permaneceu como secretária. Por mais competente que a Adriana seja, e eu a conheço e respeito, o normal seria a sua saída da gestão de governo do Fuad, uma vez que, teoricamente, o “rompimento” com o Kalil teria sido por questões de faro e pseudoideologia política. Mas não, ela continua ocupando a Secretaria de Esportes ainda hoje, ou seja, Kalil tem um pé lá dentro. 

Nesta denúncia do MPMG, que pede a inelegibilidade dos três e o ressarcimento aos cofres públicos no valor de R$103,5 milhões do eventual contrato irregular. Alexandre Kalil (hoje sem partido), Adalclever e Adriana, são acusados de improbidade administrativa. A agência de publicidade, a Perfil 252, detinha contrato com a prefeitura de Kalil, mas na renovação deste contrato, Kalil teria condicionado tal renovação, segundo as denúncias, ao pagamento e realização de uma pesquisa popular para avaliar seu nome para concorrer ao governo do estado. A empresa, segundo fontes, teria se negado a fazê-la, mas depois, aquiesceu.

Há males que forçam o bem. Será que Fuad Noman vai tomar alguma providência com relação a uma secretária de seu governo, Adriana Branco, agora denunciada, e apadrinhada do Kalil, agora “adversário” do Fuad, que também está denunciado? Quero ver até onde vai a tecnicidade que o Fuad diz ter (balela pura). Vamos lembrar que pesquisas são um instrumento manipulável, frágil e flexível, para refletir a realidade das urnas, pois além do objetivo político, eles querem é dinheiro e poder (também). 

Tem uma máxima que sempre devemos carregar conosco: A verdade sempre prevalece! 

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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