Diplomata brasileiro cometeu assédio, confessou e foi ‘promovido’

23/10/2024 às 07:15 Ler na área do assinante

O caso está relatado na coluna do jornalista Tácio Lorran, no site Metrópoles.

O diplomata Rubem Mendes de Oliveira, de 60 anos, confessou ter beijado, sem consentimento, a boca de funcionária egícia que trabalhava em embaixada brasileira. Cometeu assédio e foi denunciado. Porém, sua vida continua na mais absoluta normalidade.

A vítima não era ‘ministra’.

Abaixo transcrevemos trechos da matéria:

“Rubem foi à embaixada naquela segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022, para acertar os últimos detalhes de sua nova missão. Ele estava de mudança para
Porto Príncipe, no Haiti, onde assumiria o cargo de conselheiro da embaixada brasileira no país caribenho.
O diplomata assinou a passagem do cargo, pegou os bilhetes da viagem e almoçou com os funcionários como forma de despedida.
No fim daquele mesmo dia, por volta de 16h45, horário local, ele fez algo que mudaria a vida de uma funcionária estrangeira e daria início a um escândalo sexual que foi relativizado pelo Itamaraty.
Jamile* encerrava seu expediente 15 minutos mais cedo quando entrou no escritório de Rubem para se despedir pela última vez. Ela é uma jovem egípcia – na época tinha 23 anos – e trabalhava há seis meses na embaixada como assistente técnica. (...)
O diplomata disse à jovem que estava triste por ir embora, afirmou que a considerava como uma filha e a desejou o melhor. Em seguida, perguntou se poderia dar um beijo de despedida. Os dois estavam a sós.
Interações físicas entre homens e mulheres são raríssimas no Egito. Normalmente ocorrem entre casais e familiares. Mas Jamile sabia que no Brasil é comum que as pessoas se despeçam com abraços e beijos no rosto, então assentiu com o pedido de Rubem.
Surpreendentemente, o diplomata lhe deu um beijo na boca!
‘Isso me deixou em choque total’, relembra Jamile, em depoimento obtido pela coluna. ‘Eu não consegui abrir a boca para dizer uma palavra, minha mente congelou. Não conseguia imaginar o que acabara de acontecer.’
Constrangida, a jovem virou as costas e se dirigiu à porta do escritório do diplomata, enquanto o ouviu dizendo: ‘Desse jeito, eu nunca vou te esquecer’ (na versão de Rubem, ele disse que ‘lembraria sempre do seu belo sorriso’).
Jamile ‘desinfetou’ a boca pois sentia-se enojada e saiu da embaixada imediatamente. Entrou no carro, tremendo, e desabou a chorar. Ela não conseguia dirigir. Ligou para uma amiga e contou tudo. Por fim, cancelou o compromisso que teria naquela noite e foi para casa.
No dia seguinte, 1º de março, Rubem enviou uma mensagem à funcionária dizendo esperar que ninguém da embaixada tivesse visto a cena.
A jovem, então, o repreendeu, se disse chocada e afirmou que nunca aceitaria tal situação. O diplomata pediu desculpas, se disse envergonhado e reconheceu ter destruído o que chamou de ‘amizade gentil’.
(...)
A jovem tinha medo de denunciar o diplomata pois temia que o pai dela, se soubesse do caso de assédio, a proibiria de trabalhar. Mesmo assim, ela fez a denúncia (leia aqui a íntegra da carta) quase um mês depois. O Itamaraty, então, abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
A vida de Rubem, porém, seguiu normalmente, pelo menos do ponto de vista profissional.
O diplomata seguiu viagem para Porto Príncipe, onde atuou como conselheiro da embaixada brasileira. Em agosto de 2022, seis meses depois do assédio sexual, ganhou um cargo de chefia no Setor de Promoção Comercial na missão diplomática no Haiti.
Rubem ficou em Porto Príncipe até meados de junho deste ano, quando foi designado para trabalhar na Embaixada de Berna, na Suíça.
Em território europeu, também foi nomeado em cargos de chefia. Ele é o atual secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura da embaixada brasileira de Berna. Trata-se de um cargo de confiança e, por isso, recebe uma verba extra em seu contracheque.
Seu último salário disponível no Portal da Transparência é de dezembro de 2023. Ele recebeu uma remuneração de US$ 10.804,14, o equivalente a R$ 61.075,81 na cotação atual. Ele ganha mais US$ 5.758,72 (R$ 32.554,05) todo mês em verbas de indenização. No total, quase R$ 100 mil por mês.
Rubem respondeu ao PAD. Ele confessou ter beijado a jovem na boca, mas relativizou dizendo que teria sido somente um ‘selinho’, e não um beijo de língua.
Inicialmente, o Itamaraty entendeu que houve assédio sexual.
‘O beijo não consentido dentro da repartição configura assédio sexual em ambiente de trabalho’, diz o Termo de Indiciamento do órgão obtido pela coluna. ‘Essa conduta não é aceitável em nenhum ambiente de trabalho do mundo, e não apenas do Egito ou do Brasil’.
O relatório final do PAD, porém, não classificou o episódio como assédio sexual ao concluir que Rubem não teve ‘dolo’.
*O nome verdadeiro da vítima foi omitido para protegê-la

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