Assombrações, uma jornalista militante e um livro

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“O objetivo do terceiro-mundismo é acusar e, se possível, destruir as sociedades desenvolvidas, não desenvolver as atrasadas”. (Jean François Revel).

Em 1952, na Dinamarca, na vila de Grauballe, uma descoberta espetacular espantou o mundo: o corpo de um homem que data do final do século III a.C., durante o início da Idade do Ferro germânica, parcialmente preservado, foi descoberto em um pântano de turfa. Deram a ele o nome de “O Homem de Grauballe”.

Segundo reportagem do National Geographic, os corpos dessas misteriosas múmias dos pântanos jogadas em brejos do norte da Europa, foram preservados por milênios graças à acidez e falta de oxigênio da vegetação pantanosa.

Esses corpos, mumificados em pântanos de turfa, são tão sombrios para os arqueólogos quanto suas próprias sepulturas. Mas novas evidências têm clareado a misteriosa origem desses seres.

Os arqueólogos já descobriram mais de 500 corpos e esqueletos da Idade do Ferro, datados de 800 a.C. a 200 d.C., descobertos apenas em pântanos na Dinamarca. Outros restos também foram encontrados na Alemanha, nos Países Baixos, no Reino Unido e na Irlanda.

Em grande parte, a pele, os cabelos, as roupas e o conteúdo estomacal dos corpos estão notavelmente bem preservados. A acidez e o baixo nível de oxigênio das turfeiras – compostas de camadas acumuladas de musgo morto – contribuem para a mumificação dos corpos.

Essas múmias dos pântanos são a metáfora perfeita para o esquerdismo que grassa na Terra dos Papagaios: estão em primoroso estado depois de dois milênios enterrados nos pântanos; podemos admirar suas feições que não se decompuseram e podemos até imaginar seus pensamentos que nunca se modificaram.

Para eles o atraso da América Latina é fruto do “Imperialismo”; o continente só se desenvolverá se for governado por comunistas e o Estado é o grande pai de todos.

É assim que no Brasil, misteriosamente, encontramos algumas dessas múmias. Como tudo aqui carece de explicação, elas adquiriram vida. Uma delas apareceu para assombrar os sobreviventes da Terra dos Papagaios nas páginas da Folha e expressou seu moderno pensamento em um texto intitulado:

“Eleitores nos EUA farão escolha existencial entre fascismo e democracia”.

Sim, o “Homem de Grauballe”, a múmia dos pântanos, ressuscitou e resolveu orientar os eleitores da nação mais desenvolvida do mundo, a nação que melhor exerce o regime democrático, a que tem a Constituição mais sólida entre as nações desenvolvidas, ela encarnou em Lúcia Veríssimo, jornalista militante da Folha que reside no EUA, desfruta das delícias do capitalismo, mas é lulista-comunista de carteirinha. Disse ela em seu texto:

- “Trump fez de seu primeiro mandato um ‘estágio fascista’; mesmo assim, milhões de votantes o escolherão nas urnas.
Foi necessária quase uma década para o título desta coluna passar de exagero a cenário plausível. Depois que Donald Trump desceu a escada rolante para anunciar a candidatura, em junho de 2015, numa plataforma xenófoba e racista, a mídia americana, obcecada em projetar uma objetividade impossível diante do renegado com uma carreira de desrespeito a leis, foi procurar proteção de especialistas”.

Olhem as delirantes afirmações desse cadáver ambulante que procria: 

“uma plataforma xenófoba e racista... diante do renegado com uma carreira de desrespeito a leis, foi procurar proteção de especialistas”. 

Depois dessas declarações infantis, talvez com medo de ser processada, escreveu no parágrafo seguinte:

- “Várias publicações entrevistaram historiadores, e a maioria dos consultados concluiu que o bilionário patife nova-iorquino não preenchia os requisitos para ser chamado de fascista”.

Ué, Trump e todos os que vão votar nele, não eram fascistas? Trump, segundo a múmia-jornalista é um patife. Talvez seja um patife porque não é petista, nem comunista, muito menos socialista ou “progressista” na definição moderna das esquerdas.

E a múmia-ressuscitada descreve o Brasil petista que ela adora como sendo os EUA. Vejam que beleza:

-“Ao contrário do nosso preguiçoso fascista chinelão do 8 de Janeiro, o do 6 de Janeiro que instigou a invasão do Capitólio conta com a colcha de retalhos que regula as eleições presidenciais americanas. Ele terá à disposição legislativos estaduais trumpistas para impugnar resultados e bloquear o envio de delegados ao Colégio Eleitoral que certifica vencedores na Presidência; uma numerosa e assustadora safra de juízes que nomeou, de listas feitas por lobbies de ultradireita; uma Câmara controlada por aliados; e, quem sabe, até 40% de eleitores que só admitem que o sol nasceu e se pôs se ele confirmar”.

A tresloucada jornalista não divisa que é aqui na Terra dos Papagaios que ocorre tudo isso e não nos EUA.

É aqui que Ministros do Supremo, além de Supremos, também são Ministros do Tribunal Superior Eleitoral. É aqui que o ex-presidente faz uma reunião com embaixadores de outros países, aberta, com todos participando e é tornado inelegível; é aqui que as urnas eletrônicas de brinquedo são consideradas o supra-sumo da tecnologia moderna e não são usadas por nenhum país desenvolvido do mundo, mas “jornalistas”, juízes e ministros enchem a boca e dizem ao povo: -“São 14 camadas de proteção”! É de morrer de rir. É aqui que você vai preso por contestar as tais urnas.

Os sentidos da militante vermelha parecem vedados: seus olhos estão voltados para seu umbigo. Seus ouvidos para as sandices que diz o presidente semianalfabeto que ela adora. Suas palavras ecoam apenas para os escolhidos que ela imagina que vão tornar o mundo comunista:

- “Mas 2024 não é 2016 ou 2020. Agora, Trump, em franca deterioração mental e amparado por uma tropa bem financiada de camisas marrons com uma lista interminável de planos, gaba-se, diariamente, de descrever imigrantes não brancos como vermes, de ameaçar prender qualquer adversário político, de perseguir jornalistas e deixa claro que não pensa em acatar o resultado da eleição do próximo dia 5”.

Mãe Diná perde feio para a vidente Lúcia Magalhães.

E finaliza afirmando:

- “Dezenas de milhões, sem conhecimento do que o alerta representa para seus destinos, vão escolher o fascista”.

Agora dê uma grande gargalhada e veja porque isso acontece.

Entenda porque pessoas com “nível superior” agem e tentam influenciar os outros com discursos cheios ressentimento. A explicação é fornecida por Mario Vargas Llosa na apresentação do livro: “O Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano”:

- “O idiota acredita que somos pobres porque eles são ricos e vice-versa, que a história é uma bem-sucedida conspiração dos maus contra os bons, onde aqueles sempre ganham e nós sempre perdemos (em todos os casos, ele está entre as pobres vítimas e os bons perdedores), não se constrange em navegar no espaço cibernético, sentir-se online e (sem perceber a contradição) abominar o consumismo. Quando fala de cultura, ergue a seguinte bandeira: ‘O que sei, aprendi na vida, não em livros; por isso, minha cultura não é livresca, mas vital’. É o idiota latino-americano”.

O livro tritura completamente o idiota latino-americano e os residentes esquerdistas da Terra dos Papagaios. Descreve com precisão os cadáveres das turfeiras que são conservados por forças misteriosas, nunca se modificam, permanecem sempre os mesmos e ressuscitam como Lúcia Magalhães.

São os analfabetos funcionais que foram empurrados para universidades e servem para encher de orgulho as estatísticas dos petistas. Depois eles passam a fazer parte de sindicatos, de partidos de esquerda ligados ao governo, de ongs financiadas pela internacional socialista, de jornais amigos dos canhotas, rádios, tvs...

Mário Vargas Llosa afirma que toda idiotice acumulada nesses “cadáveres das turfeiras” não é imposta, ela é vestida como algo divino, o idiota abraça a ideologia como algo salvador:

- “É adotada conscientemente por preguiça intelectual, apatia ética e oportunismo civil. É ideológica e política, mas acima de tudo frívola, pois revela uma abdicação da faculdade de pensar por conta própria, de cotejar as palavras com os fatos que pretendem descrever, de questionar a retórica que faz às vezes de pensamento”.

Esse é o retrato fiel da cultura latina americana e por tabela do Brasil. E foi por isso que a Academia Brasileira de Letras elegeu uma atriz que nunca escreveu um livro. E é por isso que os jornalistas passam o tempo louvando o governo esquerdista. Assim como o Supremo que é constituído por advogados de partidos políticos e todos são íntimos dos que os indicaram e ao tomar posse do cargo acreditam que receberam poderes divinos. Por sua vez os “artistas” fazem abaixo-assinado e alardeiam as qualidades inexistentes do governo que se diz comunista e este, emocionado, afirma que tudo isso é com muito amor.

E assim as florestas queimam e a educação, sob aplausos da Universidade e dos “universiótarios”, agora é feita com o “C...”

Vargas Llosa afirma que essas intrigantes criaturas, conhecidas como “idiotas latinos americanos”, lêem livros inúteis que preenchem sua alma e fazem sua alegria de viver e cita os preferidos:

- “As Veias Abertas da América Latina”, do escritor uruguaio Eduardo Galeano, que tem devastado cabeças desde os anos 70. Ainda é levado a sério por muita gente e recomendado a alunos por professores idiotas. As outras obras são: A História me Absolverá, de Fidel Castro; Os Condenados da Terra, de Frantz Fanon; A Guerra de Guerrilhas, de Ernesto (Che) Guevara; o onipresente Os Conceitos Elementares do Materialismo Histórico, de Marta Harnecker; O Homem Unidimensional, de Herbert Marcuse (um ataque à “civilização industrial”); Para ler o Pato Donald, de Ariel Dorfman e Armand Mattelart (obrigatório nas escolinhas de comunicação nos anos 70); e Para uma Teologia da Libertação, de Gustavo Gutiérrez”.

Mas a leitura e a interpretação desses textos, segundo ele, são preocupantes:

- “Não lê da esquerda para a direita”, “como os ocidentais, nem da direita para esquerda, como os orientais. Dá um jeito para ler da esquerda para a esquerda. Pratica a endogamia e o incesto ideológico”.

Observem que os “cadáveres das turfeiras”, preservados há dois milênios, misteriosamente intactos, aparecem aqui como metáfora, como símbolos do atraso e se metamorfoseiam nos idiotas latinos americanos marxistas que ressuscitam através dos séculos, sempre iguais, sem nunca mudar e por sua vez assustam os pobres habitantes da Terra dos Papagaios através de jornalistas militantes como Lúcia Verissimo.

Nota: “O Manual do Perfeito Idiota Latino Americano” foi escrito em 1996. É um murro no estômago. Um daqueles socos diretos que Mike Tyson desferia no oponente. Vale a pena a leitura. Você ficará admirado como o livro pulveriza conceitos que você ainda carrega da adolescência, período em que todos nós fomos submetidos à educação socialista, a musica socialista, a cultura politica esquerdista.

Uma boa semana a todos.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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