Muitos ficaram surpresos com o fato de eu ter defendido Pablo por cinco meses, em meio a ataques e falsas acusações jamais vistos na "democracia brasileira".
Nunca o critiquei antes porque não queria contribuir com mais um ataque, ainda que fosse de fogo amigo. Agora, no entanto, posso expressar minha opinião.
A razão pela qual ele perdeu não foi o que alegam.
Pablo nunca falsificou laudos, jamais fez acordos com o PCC. Sua conexão sempre foi com Jesus, e sua fortuna veio de forma legítima, dando palestras que cobravam até 500.000 reais por curso, simples assim.
Quando o conheci pela primeira vez, estava nervoso e cometi um erro.
Em vez de conquistar sua confiança, comecei a dar conselhos logo de cara. Um grande equívoco da minha parte.
“Marçal, você está cometendo o mesmo erro que o Bolsonaro cometeu.
Está agindo como Capitão, quando deveria ser um General. Generais apontam a direção, mas se protegem das batalhas diretas.
O papel do General não é lutar, mas comandar e motivar a tropa.”
E prossegui:
“Quem deveria bater firme somos eu e o Filipe Sabará. Você não precisa se expor e brigar publicamente.”
E disse ainda:
“Estou te defendendo, levando críticas dos meus próprios seguidores, e você nunca me ligou, nem para me motivar, por exemplo.”
Marçal respondeu:
“Mas eu nem estava sabendo disso.”
E eu retruquei:
“Exatamente. Você não está atento à sua função de General.”
Ele nunca nos orientou estrategicamente, dizendo algo como “agora foquem na Tabata” ou “agora no Nunes”.
Ao invés disso, tornou-se uma metralhadora giratória, atacando tudo de maneira desnecessária, especialmente no último mês.
Ele jamais nos agradeceu ou ofereceu qualquer orientação.
Vai ser difícil para ele se tornar governador ou presidente com essa atitude.
Sinceramente, eu desisti.
Sabia que ele tinha defeitos, mas não saber ouvir é um erro grande demais para ignorar.
Stephen Kanitz. Consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.
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