Lula pede R$ 1 milhão de indenização, mas sofre derrota e Justiça faz doer no bolso do petista

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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido de indenização de R$ 1 milhão feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a revista IstoÉ, os repórteres Sérgio Pardellas e Germano Oliveira, e a fonte Davincci Lourenço de Almeida. Com essa decisão, Lula terá que arcar com R$ 150 mil em honorários advocatícios dos réus.

O processo, iniciado em 2017, foi motivado por uma reportagem de capa da revista intitulada Levei mala de dinheiro para Lula, na qual Davincci afirmou ter transportado, em 2012, uma mala de dinheiro que, segundo ele, teria como destino final o ex-presidente. De acordo com a publicação, o dinheiro serviria como pagamento por um contrato de R$ 100 milhões entre a empreiteira Camargo Corrêa e a Petrobras.

Conforme a narrativa da reportagem, Davincci teria retirado a mala em um hangar da Camargo Corrêa em São Carlos e a levado até uma empresa de táxi aéreo no Aeroporto de Congonhas, onde o dinheiro seria repassado a um intermediário, que o entregaria a Lula. Em sua entrevista, ele afirmou:

“O dinheiro estava dentro de um saco, na mala. Deixei o saco com o dinheiro, mas a mala está comigo até hoje”.

A defesa de Lula, liderada na época por Cristiano Zanin, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou as alegações como “mentirosas”, feitas por alguém em busca de fama. Argumentou também que Davincci possui um histórico de declarações infundadas, inclusive alegando, em outra ocasião, que Dilma Rousseff teria “encomendado” o zika vírus.

No entanto, os desembargadores do TJ-SP entenderam que a reportagem da IstoÉ se limitou a cumprir um papel informativo, identificando a fonte e abstendo-se de emitir juízos pessoais. O relator, desembargador James Siano, enfatizou que, no contexto da época, “não havia indícios concretos de falsidade” e que a revista agiu dentro dos limites legais ao divulgar a entrevista de Davincci. 

Lula ainda tem a opção de recorrer da decisão. Questionada pelo Estadão, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência não se pronunciou sobre o caso até o momento.

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