Malafaia: Um traidor de oportunidade ou parte de uma grande encenação?

09/10/2024 às 09:51 Ler na área do assinante

Eu já havia dito: a metralhadora do Silas Malafaia, que Bolsonaro mandou virar contra Pablo Marçal, eventualmente se voltaria contra o próprio presidente.

A verdade é que esse cachorro enganador de fiéis atravessaria a linha para o lado que lhe fosse mais conveniente assim que os ventos mudassem.

E, como previsto, não demorou para vermos o "homem de Deus" morder a canela do seu antigo aliado.

Bolsonaro, que parece não ter mais nada a oferecer a Silas, já respondeu com uma frase sintomática: "O meu posto Ipiranga não tem mais gasolina".

Para bom entendedor, fica claro que o que o pastor quer, Bolsonaro simplesmente não pode (ou não quer) dar. Agora, a pergunta que fica no ar: qual será o próximo movimento de Malafaia?

No Rio de Janeiro, a aliança do PL com o centro para apoiar Ricardo Nunes em São Paulo custou caro.

O partido precisava de uma candidatura competitiva no Rio, mas o que vimos foi o inexpressivo Ramagem ser lançado ao sacrifício. E olha que o PL poderia ter jogado pesado, colocando Flávio Bolsonaro, Romário ou até Carlos

Bolsonaro. Mas não, o resultado já estava combinado, e o Ramagem serviu como figura decorativa para não deixar feio para os filhos do presidente.

Enquanto isso, Malafaia, o maior cabo eleitoral de Eduardo Paes, segue nos bastidores. Junto com Edir Macedo, ele garantiu apoio maciço dentro das igrejas, tanto na Assembleia de Deus quanto na Universal, para o atual prefeito. Em agosto, o pastor até fingiu neutralidade nas eleições cariocas, alegando uma amizade de longa data com Paes. Mas todos viram os milhões de panfletos de Paes e Malafaia espalhados pelas periferias do Rio.

E foi assim que o PL no Rio aceitou um acordo humilhante, em troca do apoio a Nunes em São Paulo. Já estava tudo certo... até Marçal surgir na jogada. Silas, apavorado com o risco de perder sua influência, pulou alto para difamar Pablo

Marçal. Afinal, o acordo era para que tudo corresse bem, fácil e sem turbulências. O PL lançou um nome inexpressivo no Rio para não correr riscos, enquanto o verdadeiro foco era São Paulo.

A última cena patética dessa novela foi a entrevista de Bolsonaro com Ramagem, ambos com caras de derrota, o ex-presidente falando com a imprensa enquanto Ramagem devorava um pastel, como se a campanha fosse um mero detalhe.

Estranho, não? Claro que não! Malafaia, nos bastidores, já estava ao lado de Paes o tempo todo.

A discussão com Ottoni de Paula em agosto, motivada pela "neutralidade" de Silas nas eleições, foi só mais um episódio desse teatro bem ensaiado.

O fato é que os pastores ligados a Malafaia e Edir Macedo venderam suas almas – um entregando o PL para o PSD, o outro, o Republicanos para o PT. Agora, Malafaia, como se precisasse enviar um recado de submissão, vai publicamente atacar Bolsonaro em uma live com jornalistas do sistema.

Qual será o próximo ato dessa farsa?

Malafaia é um traidor de ocasião ou todos estão no mesmo barco, fingindo conflitos para manter as aparências?

Até agora, a única manifestação contra as acusações de covardia feitas pelo pastor – que chamou Bolsonaro de medroso e chorão em uma entrevista – veio do Senador Flávio Bolsonaro, dizendo que “Roupa suja se lava em casa.” E só.

E quanto ao PT? Não sabia que Lula desistiu de lançar uma candidatura no Rio para garantir o apoio exclusivo à sua reeleição em 2026? Dê um google, está lá para quem quiser ver. E não adianta falar sobre o "apoio" pífio que Bolsonaro deu a Ramagem.

A campanha praticamente não existiu. Ramagem só conseguiu 31% dos votos porque não havia mais ninguém. Sua candidatura foi apenas para dizer que o PL não ficou de fora. Mais uma jogada ensaiada nessa grande farsa eleitoral.

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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