Troca da bandeira de Belo Horizonte; troca-troca desnecessário e dispendioso. Aliás, tem mutreta nessa?

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Um referendo para aprovação ou não da nova bandeira de Belo Horizonte, será feito junto com a votação de prefeito e vice, e 41 vereadores da cidade, direto nas urnas eletrônicas.

Três situações devem fazer o eleitor ficar atento: a ordem para a votação (prefeito/vice e vereadores), e pela troca da bandeira, a ordem para o SIM (1) ou o NÃO (2), e por fim teclar qualquer outro número que não o 1 ou o 2, ou a tecla BRANCO, que vai anular seu voto no referendo. Primeiro deveremos votar nos candidatos a prefeito e vice-prefeito, seguido do voto para vereador, e logo depois no referendo da troca da bandeira.

A pergunta que virá no referendo é: “Você aprova a alteração da bandeira de Belo Horizonte?”.

Já há algum tempo, oportunistas de plantão estão com essa conversa de troca de bandeira da cidade, a capital de Minas Gerais. Belo Horizonte, a caminho de completar seus 127 anos, tem seu pavilhão tradicional com o uso de seu atual brasão estampado em fundo branco. Esta bandeira foi instituída pela lei municipal nº 6938 de 1995 de autoria do então vereador, João Leite, hoje deputado estadual, e sancionada pelo prefeito Patrus Ananias.

Como alguns vem declarando que a bandeira é um brasão, cabe esclarecer: o brasão oficial da cidade foi criado ainda antes da instalação da nova capital em 1897 pelo arquiteto José de Magalhães, em 1895, que era a oficial até 1957. Válido lembrar que vários prédios públicos da cidade, ainda conservam em suas fachadas tal brasão, como no antigo Conselho Deliberativo (equivalente a Câmara Municipal), na esquina da Av. Augusto de Lima com Rua da Bahia, no centro, atual Museu da Moda, e no 1º Batalhão de Polícia Militar na Praça Floriano Peixoto no bairro de Santa Tereza.

De modo prático, havemos de pensar é sobre o custo desta troca; de placas indicativas a documentos oficiais de secretarias, de receita a ofícios, de estandartes a bandeiras, enfim, pode haver muitos interessados nessa mudança... se é que me entendem. A despeito da nota da Prefeitura Municipal que alega que o custo será mínimo (em torno de R$15mil para 50 bandeiras de gabinetes de secretarias, assinada pelo atual prefeito, candidato à reeleição, não há motivos para se acreditar nisso. Afinal, depois de uma eventual aprovação no referendo, já era, farão como quiserem.

E de mais a mais, a nova bandeira, do designer gráfico Gabriel Figueiredo, é mais feia do que briga de foice no escuro (minha opinião). Estilizar a Serra do Curral em triângulo verde? Parece mais uma rampa de skate! Nada a ver com a tradição centenária da cidade.

Portanto, amigos, consciência não apenas para eleição do novo prefeito, vice e vereadores, mas no referendo também!

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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