A revelação em Nova York ou Sabá-Bodó não estava na história... Lula é o rei de Zamunda

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“A fantasia humana é um dom demoníaco. Está continuamente abrindo um abismo entre o que somos e o que gostaríamos de ser, entre o que temos e o que desejamos”. (Mário Vargas Llosa, escritor peruano, em “A verdade das mentiras”).

No final dos anos 80 foi lançado o filme “Um Príncipe em Nova York”. A película conta a história de Akeem Joffer, um príncipe que mora em um reino da África chamado Zamunda.

O príncipe é mimado desde a hora de acordar até a hora de dormir novamente: servas deixam pétalas de rosas por onde ele caminha, escovam seus dentes, dão banho no marmanjo, penteiam seus cabelos, ajustam suas roupas...

O palácio onde vive a Família Real é magnifico. O pai do príncipe Akeem Joffer, o rei Jaffe Joffer arranja um casamento para o filho dengoso e Akeem é apresentado a sua noiva que foi treinada e obedece servilmente às ordens mais absurdas do príncipe, tais como andar em uma perna só, latir como um cachorro, ficar paralisada e o que mais você possa imaginar.

Mesmo assim Akeem não está contente e decide viajar em busca de um amor verdadeiro e escolhe Nova York. Ele o seu melhor amigo e assessor pessoal Semmi vão morar no bairro pobre do Queens “onde fingem serem humildes estudantes estrangeiros, e vivendo num apartamento miserável em Long Island City, ao mesmo tempo em que tentam se habituar a uma realidade bem diferente da que conhecem”.

Mas a cena do filme que quero destacar é a chegada do rei Jaffe Joffer em Nova York, em busca do filho. São dezenas de carros de luxo enfeitados circulando pelas ruas do Queens e chamando a atenção de todos os passantes. Riqueza, poder, luxo e mordomia, tudo combinado.

Ao sair do Rolls Royce, o Rei Jaffe Joffer pisa em pétalas perfumadas de rosas que são jogadas por diversas serviçais na calçada por onde ele caminha. Um requinte usufruído por todos aqueles que possuem poder ditatorial e que não tem consciência de que todo gasto inútil é provindo do suor e do sangue dos que trabalham para pagar impostos.

Assim foi a chegada de Lula em Nova York, neste ano da graça de 2024. O dono da Terra dos Papagaios arrasou. A pompa foi tão grande que até os jornais que lambem os pés do governante resolveram criticar ou elogiar, se for entendido pela lógica enviesada de Lula e seus assessores:

- “O presidente carregou consigo cerca de 100 convivas aos EUA. O custo da viagem deve ultrapassar facilmente a casa de um milhão de reais. A toda-poderosa primeira-dama viajou antes, acompanhada, e seus gastos estão sob sigilo”. (O Antagonista).

Segundo o site Poder360:

- “Das 100 pessoas, só 15 apresentaram dados de diárias e passagens em voos comerciais. Outros 19 funcionários apresentaram apenas o valor das passagens, enquanto 65 não incluíram nenhum valor. A expectativa é que o painel seja atualizado nos próximos dias, inclusive com os gastos do avião presidencial de Lula.
O MGI teve o gasto mais elevado: R$ 61.000. O órgão enviou a ministra Esther Dweck e o secretário extraordinário para a Transformação do Estado, Francisco Gaetani. Sozinha, a passagem da ministra custou R$ 45.851,90.
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, responsável pela segurança de Lula, é o órgão que mais enviou funcionários (31). Questionado, o GSI disse ao Estadão que viagens presidenciais demandam ‘um constante trabalho de análise e gestão de riscos para subsidiar ações que visam prevenir e neutralizar ameaças à segurança das autoridades protegidas’.
Já o Gabinete Pessoal do Presidente da República, responsável por atividades de secretariado, agenda e cerimonial, enviou 16 funcionários, dos quais 3 são assessores da primeira-dama Janja Lula da Silva, que chegou a Nova York 3 dias antes do marido para participar de painéis.
A Secom também enviou 16 profissionais ao evento da ONU. Dentre eles, o assessor de imprensa de Lula, José Chrispiniano, e o ex-chefe da Secom, Laércio Portela. Eles participam dos painéis paralelos à Assembleia sobre ‘integridade da informação digital’ e ‘enfrentamento ao extremismo’.”

Lula é o Rei de Zamunda. A ele tudo é permitido. Pensando assim o Tartufo Tupiniquim viaja cercado de áulicos que darão a ele a ilusão de que é muito querido, muito sábio. Toda essa mordomia não encobre o fato de que é um semi-analfabeto que nunca leu um livro. Seus exageros revelam sua mania de grandeza, típica de governantes bananeiros que vão à Nova York discursar e pedir dinheiro para as mazelas de seus países.

Aproveitam o palco da ONU para gritar contra a fome e a miséria. E ainda afirmam aos quatro ventos que os países desenvolvidos são opressores.

Garantem que são comunistas e vão ao exterior, na maior cara-de-pau, pedir dinheiro aos países capitalistas. Por que não pedem da China, de Cuba, da Venezuela, da Coreia do Norte, todos comunistas, todos “éticos”, todos “ricos”?

Das obviedades que disse na ONU, destaco a fala sobre furacões no Caribe, tufões na Ásia, queimadas na Europa e seca na África, como se o mundo civilizado não tivesse sofrido, não estudasse os fenômenos climáticos e estes fossem uma novidade neste ano de 2024.

Lula ainda inventou um tal de “Sul Global” que ninguém sabe o que é, mas ele afirma que é a solução para todos os problemas da América do Sul, desde que os países capitalistas ricos, não os comunistas com quem ele tem grande afinidade, transfiram para os cofres dos ditadores de plantão bilhões de dólares.

O dono da Terra dos Papagaios nada disse sobre a ditadura Venezuelana. Ele nunca ouviu falar dos grupos terroristas Hamas e o Hezbollah que atacam Israel. Além de criticar os Estados Unidos e a Europa, afirmou que tem um plano para acabar com a guerra na Ucrânia.

Arrotando idiotices no Plenário da ONU, Lula imagina que é todo-poderoso. Pensa que o mundo desconhece que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. 10% dos assassinatos da face da terra acontecem em nosso país. Somos medalha de ouro em feminicidios e homofobia.

Nosso subdesenvolvimento é espelhado no processo educacional: ocupamos sempre os últimos lugares no exame Pisa, que mede o nível de educação dos países. O Brasil é um celeiro de analfabetos funcionais. E todo esse cenário horroroso afeta a produtividade do trabalhador brasileiro.

Metade da população brasileira carece de água e esgoto. O transito infernal das cidades brasileiras mata mais que todas as guerras travadas nos tempos atuais.

O Brasil queima. Mas desde as queimadas do ano passado, os cientistas brasileiros avisaram e pediram providências para que o mesmo não acontecesse esse ano. Nenhuma medida foi tomada. Há recordes de queimada. E o governo do amor não sabe o que fazer.

Só um néscio vai a ONU dar lições sobre meio-ambiente quando o próprio lugar em que ele reside queima por sua própria culpa.

Lula gastou o dinheiro dos brasileiros e passou vergonha em Nova York.

Segundo os jornais, ao participar da abertura da Cúpula do Futuro, em Nova York, nos Estados Unidos, neste domingo (22), quando discursava, Lula teve o microfone cortado ao ultrapassar o tempo máximo de cinco minutos estabelecido pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, Philémon Yang.

No dia 23, participaria de um evento beneficente oferecido pela fundação do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, em Nova York. O petista levava assessores, um tradutor e sua própria equipe de seguranças. Os seguranças americanos barraram sua equipe. O presidente brasileiro decidiu dar meia volta e ir embora dali. A imprensa amiga afirmou que “houve truculência” na abordagem (não dirigida ao presidente, mas ao staff). Parece que foram barrados no baile e inventaram desculpas.

Enfim, foi revelado para o mundo civilizado que o Brasil é Zamunda do Rei Africano. É Cuba de Fidel Castro e seus charutos. É a Venezuela de Hugo Chaves e Maduro.

A revelação mostrou ainda que toda propaganda petista/comunista feita em torno de Lula durante mais de 25 anos, para adorná-lo e descrevê-lo como o operário que se tornou Presidente, era somente merchandising.

Retirado os enfeites sobrou apena um ser tosco, sem-noção, acompanhado de um séquito de áulicos e todos juntos se revelaram fantoches que traziam uma mensagem fake da China e da Rússia para curar os males do mundo.

Tudo se desmanchou.

E nós, brasileiros, habitantes da Terra dos Papagaios, descobrimos que Sabá-Bodó da novela Rancho Fundo, que não havia entrado nessa história, aterrissou em Nova York para divulgar o progresso da cidade de Lasca-Pedra e desfrutar das delícias do capitalismo verdadeiro com o dinheiro do pobre povo que labuta dia e noite.

Sabá-Bodó imagina que foi um sucesso.

Um bom final de semana a todos.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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