Presidente do Chile acaba com “festinha” de Lula em Nova York
26/09/2024 às 09:33 Ler na área do assinanteO governo do Brasil liderou na ONU um evento em prol da "Democracia" e contra o "extremismo", que contou com a presença de Lula, Janja, Sônia Guajajara, Emmanuel Macron, Justin Trudeau e Gabriel Boric.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, surpreendeu ao criticar as esquerdas por se omitirem diante de violações de direitos humanos cometidas por líderes de regimes supostamente progressistas.
O encontro tinha como objetivo reunir líderes mundiais para debater sobre democracia e combater o extremismo.
Boric apontou que as forças progressistas perdem credibilidade quando não condenam violações de direitos humanos de maneira coerente, independentemente de quem as comete.
Segundo ele, há uma fragilidade moral quando os apoios ou críticas dependem das "cores políticas ou princípios" dos governantes envolvidos.
"O problema das forças progressistas é que, às vezes, não são claras em condenar violações de direitos humanos quando estas são perpetradas por aliados ideológicos. Não podemos julgar essas violações pela cor do ditador ou presidente que as comete, seja ele Maduro, Netanyahu, Ortega ou Putin", afirmou Boric.
Essa postura crítica do líder chileno, que mencionou diretamente o regime de Nicolás Maduro, destacou-se como um dos momentos mais marcantes do evento. Ele ressaltou que os princípios democráticos e os direitos humanos devem ser defendidos sem distinções políticas, colocando em xeque a postura de parte da esquerda mundial, que, segundo Boric, muitas vezes silencia diante de regimes autoritários de esquerda.
Apesar dos esforços de Lula para reunir os principais líderes das democracias globais, como Joe Biden e Olaf Scholz, a ausência de muitos dos convidados mais esperados esvaziou o evento. Os EUA enviaram apenas um representante de menor escalão, e a ausência de ampla cobertura da imprensa também reduziu o impacto que o Brasil pretendia gerar.
A transmissão restrita aos canais oficiais limitou ainda mais a visibilidade internacional. O evento, que aspirava ser um grande palco para discutir a democracia global, foi considerado por alguns como uma visão de atores querem implementar um governo progressista mundial, ficando aquém das expectativas.
Carlos Arouck
Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.