Boicote ao Centrão: A nova luta não é só entre direita e esquerda (veja o vídeo)

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O cenário político brasileiro vem mostrando que a polarização entre direita e esquerda já não é mais suficiente para entender as dinâmicas que moldam o poder em Brasília. A recente postura dos senadores de centro no processo de impeachment de ministros do STF revelou uma dura realidade: o centro político é tão nocivo quanto as alas mais radicais da esquerda. 

Por muito tempo, a disputa entre patriotas e o PT foi vista como a principal batalha do cenário político, mas hoje os brasileiros estão despertando para algo maior. A verdadeira luta não é apenas entre direita e esquerda, mas contra uma aliança silenciosa entre o centrismo pragmático e os interesses que sustentam o sistema. 

O Centro Exposto 

Os senadores que se posicionaram contra o impeachment de um ministro controverso escancararam uma verdade que muitos não queriam ver: grande parte do parlamento — mais de 70% — está comprometida com o jogo político que apenas mantém o status quo. Esses "moderados" evitam confrontos com as pautas conservadoras, enquanto asseguram suas alianças e benefícios. 

O centro, historicamente pintado como um espaço de equilíbrio e racionalidade, hoje age como uma ponte entre a esquerda e os interesses pessoais, sempre se adaptando para garantir o poder. E é nessa conveniência que mora o perigo: é exatamente essa posição ambígua que tem mantido a política brasileira refém de velhos padrões e joguetes. 

Um Novo Divisor de Águas 

As eleições municipais de 2024 podem ser um divisor de águas. Diante desse cenário, a estratégia conservadora precisa se reavaliar. Se o conservadorismo realmente deseja transformar o Brasil, é hora de boicotar todas as alianças com partidos de centro e esquerda, especialmente as que envolvem o PSD e outros partidos tradicionais.

O Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, que foi o símbolo da esperança conservadora nos últimos oito anos, tem realizado alianças controversas que contradizem as pautas defendidas durante esse período. Se o eleitor conservador realmente quer preservar a agenda que começou a ser construída em 2018, não pode mais tolerar essas alianças que diluem os princípios do movimento. 

O Eleitor Conservador em 2024 

A eleição de 2024 não será apenas um teste para o conservadorismo, mas um teste para a própria coerência do eleitor conservador. Não basta votar nos nomes que carregam o símbolo do partido, é necessário olhar para as alianças por trás desses candidatos. Se o PL, que outrora simbolizou a resistência conservadora, se alia a partidos de centro e esquerda, é dever do eleitor rejeitar essas candidaturas. 

O boicote, neste contexto, surge como uma forma de resistência e protesto. O conservadorismo precisa de representantes que realmente defendam suas pautas e valores, e não de nomes que se aproveitam da bandeira sem compromisso real com a mudança. 

Opinião: 

O Brasil acordou para uma nova realidade política, onde a verdadeira batalha é contra as forças que mantêm o país preso a um sistema político viciado. Em 2024, o conservadorismo terá a oportunidade de provar sua força não apenas nas urnas, mas na rejeição clara a alianças oportunistas. É hora de transformar o voto em uma ferramenta de transformação verdadeira, e não apenas de acomodação política.

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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