Quando o preconceito e a estupidez suplantam o bom senso

Ler na área do assinante

Essa eu preciso comentar:

Nunca me esqueci de uma cena do filme Cidade Perdida, quando um ‘soldado comunista da revolução cubana’ obrigou um músico que tocava um saxofone a sair da orquestra, porque o guerrilheiro revolucionário acreditava que aquele instrumento representava a ‘elite burguesa capitalista’.

A estupidez e a ignorância infestam não só a mente mas também o coração dessa turma de bitolados que acreditam ser os senhores da verdade e da razão.

Defendem a disseminação do ódio e do preconceito como forma de dividirem o indivisível na esperança de angariarem algum lucro com esta atitude mesquinha e covarde.

O centro cirúrgico é um local diferenciado dentro de qualquer unidade hospitalar.

Lá impera um espírito de solidariedade e de companheirismo, todos, como uma equipe, trabalham em harmonia em prol de um ambiente de trabalho agradável e mais humanizado. Ninguém se acha ou se considera melhor que ninguém.

Todos nós saímos vencedores com esse tipo de atitude, principalmente o paciente.

Como anestesista, posso afirmar que vivi muito mais tempo com esses colegas de trabalho do que pude viver com meus familiares mais próximos. Querendo ou não, somos uma grande família e com respeito e carinho nos relacionamos.

Recentemente fomos pegos de surpresa em nosso ambiente de trabalho, por uma dessas militantes alienígenas, que despencam de paraquedas e nada tem a oferecer, a não ser o seu ódio e a sua pequinês.

Ao iniciar uma anestesia em uma criança, um colega de equipe solicitou que um técnico de enfermagem avisasse o cirurgião que a criança já estava anestesiada (o mesmo encontrava-se dentro do centro cirúrgico em outra sala).

Quando o funcionário se deslocava para chamá-lo, foi impedido de forma arrogante e autoritária por uma dessas militantes que se diz defensora da categoria, e que para nosso desgosto, fazia uma vistoria no C.C. naquele dia; sob a alegação que esta não era uma função da enfermagem, que se o doutor desejasse, que ele mesmo fosse chamar o colega médico, vociferou a incoerente representante dos enfermeiros.

O desconforto foi geral. A ‘representante’ da categoria foi intransigente e irredutível em seu posicionamento ameaçando punir o técnico caso ele cumprisse o pedido do médico anestesista.

A que ponto chegam esses indivíduos que parecem ser desprovidos de qualquer sentimento de solidariedade e de empatia. Pregam a discórdia, o ódio e a desunião por onde passam.

Quantas vezes já fiz o papel de maqueiro empurrando cadeira de rodas ou mesmo macas dentro do hospital ? Quantas vezes já não limpei o sangue do chão com minhas próprias mãos sem me sentir diminuído com essas atitudes?

Deixar a criança anestesiada sozinha sem a supervisão direta do anestesista para que o mesmo vá chamar o cirurgião, porque uma ‘militonta’ acredita ser o mais correto, me desculpem os idiotas de plantão, mas acredito ser uma estupidez sem tamanho.

Precisamos rever os nossos conceitos e pararmos de ser tolerantes para com esses filhotes de ditadores, que se esqueceram que o Brasil ainda não se transformou em uma ditadura cubana e/ou venezuelana.

Se Deus quiser, o fim da contribuição sindical obrigatória acabará com esse tipo de gente e de atitude.

Por um país mais honesto, solidário, democrático e humano, fica aqui o meu repúdio e protesto.

Obs.: fato acontecido recentemente no Hospital Regional de Araguaína TO, quando fiscalizado por um funcionário do COREM-TO

 Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Anestesista

da Redação Ler comentários e comentar