Desvendando a trama diabólica que envolveu a delação da JBS (parte II)

30/06/2017 às 10:11 Ler na área do assinante

O procurador Ângelo Goulart Villela não conhecia Joesley, nem tinha qualquer vínculo com a JBS. Sua ligação se deu através do advogado Willer Tomaz, com o objetivo de negociar a delação do conglomerado empresarial.

O procurador é verdadeiramente um injustiçado nessa história, apesar de não ser nenhum santo e de ter agido ao arrepio da lei.

A questão de Goulart foi a ambição de se tornar sozinho o responsável pelo fechamento da delação de uma das maiores empresas do país. Para tanto, deu conhecimento a Joesley de material sigiloso, demonstrando que um ex-sócio e atualmente arqui-inimigo do empresário – Mario Celso Lopes - negociava com a PGR, o que se fosse efetivado impediria a delação da JBS.

Não sabia o procurador que Joesley já negociava em outra frente da PGR e que o objetivo era empurrá-lo para uma diabólica cilada.

O momento em que o material sigiloso da PGR foi apresentado a Joesley, foi todo filmado, configurando a prática criminosa do procurador, mesmo que a intenção fosse boa, ou seja a delação.

Joesley é cruel, impiedoso e sem nenhum escrúpulo, pretendia e pretende sair ileso e salvar sua fortuna, doa a quem doer, danem-se os demais.

Detonar o procurador Ângelo Goulart Villela, por algum motivo interessava a outra frente do Ministério Público que negociava com o empresário, assim como também interessava destruir a reputação do juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Criminal do Distrito Federal.

Para tanto, o dono da JBS utilizou os serviços do advogado Willer Tomaz, outro gaiato na história.

O encontro filmado e gravado entre Willer, Ângelo e o diretor da JBS Francisco Assis e Silva, na casa do advogado, foi o golpe fatal. Em meio a vinhos e aperitivos falavam de dinheiro, de condutas indignas e marginais, conforme a conversa era conduzida e direcionada pelo preposto de Joesley.

Uma armadilha, que levada aos ouvidos do ministro Edson Fachin não deixou dúvidas quanto à conduta devassa do advogado e do procurador.

O próximo alvo era o juiz Ricardo Leite, que seria convidado para um outro jantar com o mesmo cenário.

No próximo artigo, retomo este assunto. Vou publicar neste sábado, dia 1º de julho.

Otto Dantas

otto@jornaldacidadeonline.com.br

da Redação
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