Indestrutível: É possível atuar no "sistema" sem entrar no "esquema"? (veja o vídeo)

18/09/2024 às 15:54 Ler na área do assinante

Quando falamos sobre o "sistema", nos referimos a uma rede de poder que abrange todas as esferas da sociedade: política, economia, mídia, indústria. O sistema é uma engrenagem complexa e autossustentável, onde os interesses de líderes poderosos se alinham para garantir a manutenção do status quo. Lutar contra esse sistema é uma tarefa quase impossível, e acreditar que se pode destruí-lo de fora para dentro é uma ilusão. O verdadeiro desafio não é aniquilar o sistema, mas navegar dentro dele sem perder a essência.

No entanto, todos os políticos sabem que existe o sistema e o esquema.

“O sistema é onde tudo deve ser sincronizado, calmo, funcionando como uma locomotiva… Nas retas, mantém-se em movimento, na velocidade de cruzeiro. Nas curvas, vá com calma, pois esse é um ponto de flexão... mas nem tanto. Ceda, mas só um pouquinho… Dependendo da conversa, podemos até chegar nos 50%. Mas é preciso habilidade, e a justiça social alcançada também deve oferecer lucro. Não para aquele grupo de indivíduos chamado sociedade. Esse é o movimento do sistema.” 

E também existe o esquema, e é aqui que o óleo pode ou não se misturar com a água. O sistema te oferece um banquete de oportunidades nefastas e benefícios próprios, também chamado de politicagem. É tentador ficar apenas olhando o banquete, quando você está se alimentando de deveres e honradez. É um rodízio de carnes nobres passando na sua frente, enquanto você fica apenas lambendo o osso. Viver de obrigações com o povo enquanto deveria sair menos pobre de quando entrou na vida pública… 

Aqui entra uma ideia fundamental: você pode participar do sistema, mas isso não significa que deve entrar no esquema. O esquema é a teia de interesses escusos, trocas de favores individuais e negociações de bastidores que corrompem os valores. Uma coisa é ser parte da máquina que rege o mundo, outra, bem diferente, é comprometer seus princípios e éticas para ascender ou se manter no topo. 

O sistema é uma rede de sobrevivência para aqueles que querem poder. Para que esse poder continue fluindo, os seus integrantes, independentemente de suas ideologias, precisam se apoiar mutuamente. Vemos isso na política nacional: acordos que vão além de convicções, alianças forjadas por conveniência. No entanto, muitos esquecem que o verdadeiro preço de participar do esquema é alto: a perda de integridade. 

Participar do sistema sem ceder à corrupção moral e ética não é fácil. As pressões são intensas, e as recompensas para quem se dobra às regras ocultas podem ser tentadoras. Mas é aí que o dilema ético se impõe: até onde você está disposto a ir? Até que ponto os valores que você jurou proteger são negociáveis? 

Há coisas que simplesmente não podem ser comprometidas. Liberdade, justiça, verdade e respeito pelo ser humano são valores universais que devem ser inegociáveis, independentemente de quão forte o sistema pressione. Quando o sistema tenta esmagar esses valores, é aí que a resistência se torna não só necessária, mas um dever. 

A história está cheia de exemplos de líderes que, ao contrário da maioria, mantiveram seus princípos intactos dentro do sistema. Muitos foram marginalizados ou até destruídos, mas seu legado é a prova de que é possível navegar em meio à tempestade sem trair suas convicções. 

Quando líderes perdem de vista o que é certo em nome de vantagens políticas ou pessoais, eles contribuem para a degradação do próprio movimento que juraram servir. Assim, a maior vitória que alguém pode ter é se manter íntegro, mesmo que isso signifique perder batalhas políticas ou posições de poder. 

Se derrotar o sistema é impossível, a escolha que resta é participar dele de forma consciente. Isso significa entender como o jogo funciona, reconhecer as armadilhas e, acima de tudo, saber até onde você pode ir sem trair seus valores. Não é uma tarefa fácil, e certamente não é para todos, mas é uma das únicas maneiras de garantir que sua participação no sistema não se torne apenas mais uma engrenagem no esquema. 

No Brasil, onde o cenário político é marcado por alianças questionáveis, acordos obscuros e um sistema que parece indestrutível, a luta para se manter honesto e fiel aos princípios é mais relevante do que nunca. Não se trata de destruir o sistema, mas de encontrar uma forma de coexistir com ele sem ser consumido por suas falhas.

É como dizia um velho provérbio: "Não se deixe corromper por aquilo que você jurou combater". É possível atuar dentro do sistema, mas jamais entrar no esquema.

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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