
Insinuações de que Janot levou grana da JBS e de que é alcoólatra foram pancadas doloridas de Temer
28/06/2017 às 07:46 Ler na área do assinante
A tática de Michel Temer no seu pronunciamento desta terça-feira (27) foi sarcástica, visando tão somente desmoralizar o procurador-geral da República.
Pode ter passado despercebido para a população de um modo geral, mas para quem o recado se dirigia, certamente foi recebido e capitulado.
Procurou demonstrar que nem tudo é, o que aparenta, comparando o seu caso com o do próprio Rodrigo Janot.
O advogado da JBS, Marcelo Miller, até abril era procurador da República, membro do Ministério Público Federal e atuante na Operação Lava Jato.
Repentinamente pediu exoneração do cargo concursado, um dos mais cobiçados e mais bem pagos da atualidade e, no mês seguinte, comandou o acordo de delação da JBS.
O escritório jurídico do ex-procurador recebeu uma significativa fortuna por ter entabulado o tal acordo, 27 milhões de dólares.
Daí a insinuação de Michel Temer de que Janot teria recebido dinheiro do abominável Joesley.
E não parou aí o presidente. Para atingir Janot numa questão absolutamente pessoalíssima, segundo o site ‘O Antagonista’, teria usado em seu pronunciamento expressões como ‘Trôpego’ (Indivíduo que anda com dificuldades, que mal consegue mover os membros) e 'embriaguez', com o claro objetivo de insinuar que o procurador-geral da República é alcoólatra.
Demonstração inequívoca de que vale tudo na guerra pelo poder.
Amanda Acosta
amanda@jornaldacidadeonline.com.br