A inércia de Lula e Marina diante das queimadas na Amazônia aumenta crise ambiental e de saúde pública
14/09/2024 às 08:28 Ler na área do assinanteNas últimas semanas, dados capturados por satélites da NASA revelaram uma situação crítica no hemisfério sul, onde a Amazônia, o “pulmão do mundo”, enfrenta um dos períodos mais severos de queimadas e emissões de poluentes.
Com isso, a poluição do ar no Brasil e em países vizinhos atingiu níveis perigosos, impactando diretamente a saúde da população e expondo ainda mais a fragilidade ambiental da região.
Ao comparar os dados de 2 de setembro de 2019 e 2023, observa-se um aumento substancial nos focos de calor e nas emissões de poluentes na Amazônia.
Utilizando uma ferramenta de comparação em tempo real, foi possível mostrar que a quantidade de fumaça e partículas em 2024 é muito maior, cobrindo vastas áreas que se estendem pelos Andes.
Imagens de satélite divulgadas pela NASA no início de setembro mostram uma massa de fumaça espessa, carregada de aerossóis e monóxido de carbono, movendo-se do oeste da Amazônia em direção à região sudeste do Brasil. As partículas emitidas durante os incêndios têm impactos diretos na saúde humana, agravando doenças respiratórias, como asma e bronquite, especialmente em áreas urbanas.
A causa principal dessa inversão catastrófica está diretamente relacionada ao aumento drástico das queimadas e à falta de fiscalização ambiental. A região, conhecida por seu papel vital na regulação do clima global, parece estar perdendo sua capacidade de atuar como um "sumidouro de carbono", exacerbando a crise climática global. No entanto, uma questão que tem sido amplamente ignorada é a postura do governo Lula frente a essa crise ambiental crescente.
Apesar dos dados alarmantes e da urgência da situação, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem sido criticado pela inércia em relação às queimadas na Amazônia. A gestão atual, que se apresentou como defensora do meio ambiente e comprometeu-se com acordos internacionais, como o Acordo de Paris, tem falhado em adotar medidas eficazes para conter os incêndios florestais e controlar o desmatamento.
Especialistas apontam que, embora o discurso ambiental do governo seja forte, as ações práticas não acompanham o ritmo necessário. Em diversas regiões, a fiscalização ambiental foi afrouxada, e a presença de órgãos como o IBAMA e o ICMBio, essenciais no combate ao desmatamento, é insuficiente para controlar a situação. Essa falta de ação reforça a ideia de que o governo Lula está, até o momento, omisso diante da destruição da Amazônia.
A situação se torna ainda mais grave quando se observa o impacto direto dessas queimadas em grandes cidades. São Paulo foi uma das mais afetadas pela poluição. No dia 7 de setembro, uma densa camada de fumaça encobriu a cidade, criando uma situação pior do que a registrada em agosto de 2019, quando a capital paulista também sofreu com os efeitos de queimadas na Amazônia. Desta vez, o problema é ainda mais grave, com a NASA apontando níveis recordes de partículas nocivas no ar.
A qualidade do ar em várias cidades brasileiras está atingindo níveis perigosos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que concentrações de partículas inaláveis (PM2.5) acima de 10 µg/m³ representam risco para a saúde humana. Em algumas regiões da Amazônia, essas concentrações superaram a marca de 200 µg/m³, expondo a população a riscos graves, como aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares.
O sistema de monitoramento Copernicus, da União Europeia, que observa a qualidade do ar globalmente, confirmou que a poluição atmosférica no Brasil está entre as piores do mundo neste momento, com várias cidades da região Norte e Centro-Oeste sofrendo com os efeitos das queimadas. A extensa nuvem de fumaça chegou a países vizinhos, como o Paraguai, onde também foram relatados problemas respiratórios entre a população.
Além da poluição visível, há uma crise silenciosa em curso. Segundo dados do Observatório Europeu, as queimadas intensas na Amazônia liberaram toneladas de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, superando a capacidade natural de absorção da floresta. Além do CO₂, grandes quantidades de metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (NOₓ), gases de efeito estufa ainda mais potentes, foram detectados em concentrações alarmantes. Estima-se que as emissões diárias nos últimos dias superaram as de grandes centros urbanos e indústrias globais.
Em um dado alarmante e surpreendente, a Amazônia, historicamente considerada o "pulmão do mundo", está atualmente emitindo mais gases de efeito estufa do que está absorvendo. O Observatório Europeu de Monitoramento Atmosférico divulgou na última semana que, nos últimos dias, a floresta tropical registrou uma quantidade sem precedentes de emissões, posicionando-se como a maior fonte de gases de efeito estufa no planeta durante esse período.
O governo Lula, que prometeu colocar a proteção da Amazônia como prioridade, parece paralisado diante da gravidade dos dados. Enquanto os órgãos de fiscalização sofrem com falta de recursos e infraestrutura, a destruição continua. Analistas sugerem que, sem uma ação firme e coordenada, as metas ambientais assumidas internacionalmente correm o risco de se tornar promessas vazias.
O climatologista norte-americano James Hansen, que participou dos estudos da NASA, afirmou que as mudanças no campo magnético da Terra, embora não sejam o principal fator de aquecimento global, podem amplificar os efeitos das mudanças climáticas em certas regiões. “Estamos testemunhando uma combinação de fatores que tornam o hemisfério sul mais vulnerável aos eventos extremos”, afirmou Hansen.
O futuro da Amazônia, que desempenha um papel crucial na estabilidade climática global, está em risco. A inércia do governo brasileiro em enfrentar essa crise não só prejudica a população local, mas compromete o combate às mudanças climáticas em escala global. Com o mundo observando, o Brasil precisa tomar medidas urgentes para reverter essa situação antes que seja tarde demais.
Carlos Arouck
Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.