O ex-ditador perdeu a batalha para o câncer.
Alberto Fujimori, líder do Peru de 1990 a 2000 morreu nesta quarta-feira (11) aos 86 anos.
"Depois de uma longa batalha contra o câncer, nosso pai, Alberto Fujimori, acaba de sair ao encontro do Senhor. Pedimos a quem o admirou que nos acompanhe com uma oração pelo descanso eterno da sua alma. Muito obrigado pai!", diz a publicação no X de Keiko Fujimori, assinada por ela e pelos irmãos.
Nascido em Lima, em 28 de julho de 1938, filho de imigrantes japoneses, Fujimori se formou em engenharia agrônoma na universidade peruana. Mais tarde, viajaria para se especializar nos Estados Unidos e na França, nas universidades de Wisconsin e de Estrasburgo.
Alberto Fujimori surpreendeu o mundo político em 1990 ao derrotar o renomado escritor Mario Vargas Llosa nas eleições presidenciais. Com uma mente fria e calculista, trouxe consigo uma promessa de estabilidade econômica, mas seus métodos autoritários logo colocariam em xeque sua imagem pública.
Fujimori ficou conhecido por sua política de “mãos de ferro” contra o terrorismo, sendo elogiado pela vitória sobre o Sendero Luminoso e o MRTA (Movimento Revolucionário Túpac Amaru). No entanto, sua luta contra a insurgência veio com um preço alto: acusações de violações graves aos direitos humanos, incluindo massacres de civis.
Seu governo também é marcado pelo “autogolpe” de 1992, quando dissolveu o Congresso e tomou controle do Judiciário, apoiado pelas Forças Armadas. Esse ato de força ampliou seu poder, mas também abriu caminho para escândalos de corrupção e abuso de poder, muitos deles orquestrados por seu conselheiro de inteligência, Vladimiro Montesinos, hoje também preso.
Após fugir para o Japão em 2000 e renunciar à presidência por fax, Fujimori viveu em relativo exílio até sua prisão no Chile, em 2005, seguido por sua extradição para o Peru em 2007. Desde então, enfrentou uma série de condenações por crimes que incluíam corrupção e a morte de 25 pessoas em operações militares durante seu governo.
Sua saúde deteriorada, com diagnósticos de câncer, doenças cardíacas e pulmonares, o levou a ser internado diversas vezes. Ainda assim, surpreendeu ao anunciar sua intenção de tentar um terceiro mandato em 2026, mesmo após uma vida política marcada por controvérsias e divisões.
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