BH vira retrato da política do vale-tudo e candidato enquadra a "falsa direita"
09/09/2024 às 17:30 Ler na área do assinanteAntes mesmo do início da campanha, mas principalmente após seu pontapé inicial no dia 16 de agosto, candidatos a prefeituras pelo Brasil, começaram os tresloucados, pegajosos e inflamáveis, tanto quanto carregados de discursos, narrativas e promessas.
Belo Horizonte, traz um remake do que aconteceu nas eleições presidenciais de 2018, onde candidatos como Ciro Gomes, Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin representavam uma falsa direita, haja vista o que fez Alckmin em 2022. Já os declarados esquerdistas vieram representados por Haddad, Manuela D’ávila e eterna competente Marina Silva, que compete, compete, mas nunca ganha nada, e “queridinha” do meio ambiente.
Esse cenário abriu caminho para um candidato que não tinha, até pouco tempo antes das eleições, qualquer perspectiva de vitória; Jair Bolsonaro. E foi num caminho sem vícios de retórica, com campanha assumidamente desfraldada de recursos públicos e conchavos suspeitos, Bolsonaro acreditou no seu potencial, bem como seus aliados políticos, adotando uma linha bem singular; o olho no olho com o eleitor e as redes sociais. A vitória veio para a surpresa de muita gente. Alguns até boquiabertos.
A despeito do que aconteceu nas eleições municipais, que àquela altura já estavam cheias de polêmicas, dúvidas e desconfianças no trato da apuração, em Belo Horizonte não foi diferente. O próprio resultado das urnas acirrou ainda mais as desconfianças com dois pontos que dão margem a isso: a intromissão do poder judiciário e a escandalosa diferença entre o primeiro e o segundo colocado - Alexandre Kalil com 784.307 votos e o segundo colocado, Bruno Engler com 123.215 votos. Uma diferença assombrosa a favor de um candidato pra lá de polêmico, como uma anomalia eleitoral. Pessoalmente, acho que erraram na dose...
Para levar a efeito que existe um referencial entre a eleição para presidente/2018 e para o atual pleito municipal, o candidato Bruno Engler, da mesma forma a sua vice, a Coronel Cláudia, também se diferencia dos demais concorrentes ao passo que mostra o mesmo perfil do ex-presidente Bolsonaro. Busca a verdade, a transparência e a tecnicidade para suas escolhas. Está, igualmente, imbuído de combater a corrupção e a defesa de valores como a família e a liberdade.
Na outra ponta, como em 2018, candidatos da falsa direita e os esquerdistas natos. Carlos Viana, Gabriel Azevedo e Mauro Tramonte. A surpresa, muito desagradável por sinal, que chega a arranhar sua imagem, veio com Mauro, que em busca de apoio a qualquer custo, não mediu a água com o fubá, e foi severamente criticado ao admitir em seu quadro de apoio, o esquerdista Alexandre Kalil. Para evitar males maiores, o atual governador de Minas, Romeu Zema, interviu, com seu apoio a Tramonte, não permitindo uma composição de chapa com Tramonte/Kalil. Nisso, o vice encaixado veio do partido de Zema. Já a esquerda apresenta gente que vai do discurso fácil às trapalhadas, sem, no entanto, deixar escapar o mau-caráter bem expressivo que alguns têm, com gente de estranha estirpe como Rogério Correia, Duda Salabert e o atual prefeito Fuad Noman.
Uma analogia pode ser buscada nos discursos do Bruno Engler e do candidato Salabert, bem díspares entre si. Enquanto o primeiro está focado em seus projetos de gestão e, minimamente, consolidar uma base para conseguir alavancar soluções para graves problemas da cidade, com a expertise técnica de suas escolhas para atendimento das pastas do governo municipal, Duda vai na onda dos arroubos e das promessas vazias, numa mesmice política deprimente, como as que fez recentemente, dizendo que renuncia ao cargo caso não consiga descontaminar a maior lagoa da cidade, a Pampulha, em dois anos, e falas pirotécnicas como o pretensioso vitimismo “Há preconceito por eu ser uma pessoa trans.”.
Que Deus permita prevalecer nossas escolhas, priorizando nossa condição de cidadão.
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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