Medo de represálias pode mudar o tom do discurso do dia 7 de setembro

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As recentes revelações sobre o suposto uso abusivo de ferramentas democráticas pelo ministro da Suprema Corte impulsionaram uma convocação que já era esperada, dado que os conservadores tradicionalmente se reúnem no feriado da Independência. 

A primeira grande convocação para manifestações no 7 de setembro ocorreu em 2021, sob a liderança de Jair Bolsonaro, atraindo milhões de apoiadores. Contudo, em 2023, Bolsonaro evitou convocar novos atos, temendo agravar sua situação jurídica diante dos processos movidos pelo STF.

Mudança de Pauta

Com o passar do tempo, o tom das manifestações foi se transformando. O que inicialmente parecia ser um ato voltado exclusivamente para o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, foi gradualmente enfraquecido. 

Em sua mais recente entrevista ao canal Auriverde no YouTube, Bolsonaro adotou um discurso mais moderado: "Peço a Deus que toque o coração dos 11 ministros e que eles busquem uma alternativa entre si. É humilhante falar em impeachment, eu sei disso. Cassar um ministro não é bom." 

Essa fala, de tom conciliatório, parece refletir o medo de represálias e a preocupação com uma possível escalada no conflito com o STF.

Além disso, mais de 60 deputados e senadores confirmaram sua participação nos atos, mas as declarações nas redes sociais indicam uma tentativa de moderação no discurso, com orientações para que os ânimos sejam controlados e que o foco esteja "em favor do Estado Democrático de Direito". 

A sugestão do prefeito Ricardo Nunes de que a manifestação priorize a reivindicação de anistia aos presos do dia 8 de janeiro levanta ainda mais dúvidas sobre o real objetivo dos protestos.

Diante desse cenário, surge a questão: o 7 de setembro de 2024 será um protesto legítimo e focado contra a 'ditadura da toga' ou apenas um piquenique eleitoral conservador?

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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