Jornalista exilado recebe residência permanente na Argentina e relata perseguição insana (veja o vídeo)

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Além de jornalista, ele atuava na Prefeitura de Foz do Iguaçu, como guarda municipal, até a sua vida desmoronar no Brasil. Pelo simples fato de ter ido a Brasília fazer a cobertura da manifestação de janeiro de 2023 passou a ser perseguido.

Joelson Sebastião Freitas amargou uma prisão política que durou de 17 de março a 29 de novembro do ano passado.

A sua vida de exilado político iniciou em 2 de maio desse ano, quando ele percebeu que não conseguiria ficar fora da prisão no Brasil, por mais que pagasse excelentes advogados.

Inclusive ele tem uma dívida de R$ 273 mil com seus defensores que não tem como pagar.

A Direção Nacional de Imigração da Argentina acatou o pedido de Joelson e concedeu residência permanente a partir de 19 de julho.

“Eu fui muito bem acolhido aqui e já está claro para o mundo que Alexandre de Moraes está destruindo a democracia brasileira, as instituições e o Direito. Aqui me sinto seguro e acredito que até o final do ano nós poderemos voltar para o Brasil”, avalia.

Durante os dois primeiros meses de exílio, o preso político ficou em La Plata, morando com outros brasileiros na mesma situação. Atualmente está em Puerto Iguazú, cidade que fica muito perto da sua família, que pode visitá-lo com frequência.

“Achei um apartamento pequeno, com um aluguel barato. Os móveis eu mesmo fiz com madeira. Os eletrodomésticos, que são muito caros aqui, eu consegui trazer do Brasil. Estou com toda a minha documentação em dia desde o começo e sempre que tenho dúvidas converso com o pessoal da Defensoria Pública (Buenos Aires). Eles têm um carinho e um cuidado todo especial com os presos políticos brasileiros. Me disseram que qualquer processo de deportação demandaria cerca de 6 anos”, diz tranquilo.

Além de guarda municipal, Joelson também é jornalista e estava devidamente identificado na manifestação na Praça dos Três Poderes, fazendo a cobertura dos fatos.

Inclusive está nos autos a transmissão que fez desde a Praça dos Três Poderes para o Grupo Mundial de Comunicações, que tem pelo menos duas rádios na região onde ele mora.

“Estive em Brasília em 8 de janeiro e não invadi, não depredei, não confrontei policiais. Quando chegamos na Praça dos Três Poderes não havia mais grades de proteção, nem policiais bloqueando o acesso. O caminho estava livre. Tinha a intenção de me manifestar pacificamente e registrar os acontecimentos como jornalista inscrito na Ordem dos Jornalistas do Brasil. Porém, nada do que os advogados argumentaram nos autos em minha defesa funcionou, por ser um processo político. Aliás, eu estava há 53 dias preso quando os meus advogados conseguiram ter acesso ao meu processo. Foi então que verificaram que não havia qualquer fundamentação para a minha prisão”, diz ele.

Por duas vezes, a Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou a soltura de Joelson, mas foi somente com a ameaça de greve de fome feita por ele, após a morte por infarto de Clériston Pereira da Cunha, 46 anos, no Presídio Papuda, que uma luz acendeu no final do túnel.

“Logo depois do Clezão falecer, a minha esposa (Marisa Aparecida Nogueira) divulgou uma carta aberta alertando sobre a minha intenção de fazer a greve de fome e, também, o fato de que sou o único responsável pela minha neta de 3 anos, a Jade Vitória Freitas. Eu tenho a guarda provisória dela desde os três meses e não poderia estar preso. Juntou a morte do Clezão, que também tinha uma decisão de soltura da PGR como eu, e Moraes resolveu me soltar”, avalia.

O fato é que ninguém sabe o que passou pela cabeça de Moraes, mas após esse movimento feito pela esposa ele saiu em liberdade provisória poucos dias depois.

Até hoje não aconteceu o julgamento de Joelson, no entanto a denúncia contra ele foi aceita por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal em sessão virtual realizada entre 31 de maio e 10 de junho desse ano, pela Primeira Turma. Desde 10 de junho está em aberta a ordem de prisão de Joelson, expedida pelo Gabinete de Alexandre de Moraes.

Ele será julgado por cinco crimes que levam a sentenças entre 14 e 17 anos.

“Tecnicamente os advogados fizeram um trabalho perfeito e como percebi que a perseguição política continuaria decidi cortar a tornozeleira e atravessar a fronteira antes der ser preso novamente. Porém, a verdade não pode ser detida por muito tempo e as pessoas já começam a tomar conhecimento do que de fato aconteceu em Brasília no 8 de janeiro”, conclui.

Veja o vídeo:

Fonte: Bureau de Comunicação

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