A política brasileira entrou em uma nova fase, marcada por decisões que expõem fraturas dentro da direita.
A recente escolha do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de apoiar incondicionalmente o prefeito Ricardo Nunes, revela não apenas uma mudança de rumo, mas uma realidade que muitos se recusavam a aceitar: a direita que imaginávamos existir pode nunca ter sido mais do que uma ilusão.
Antes de Pablo Marçal se colocar como um candidato competitivo na corrida eleitoral, o discurso dominante na liderança da direita era de que Marçal dividiria o movimento. Agora, parece que ele realmente conseguiu isso. De um lado, temos aqueles que jogaram fora anos de luta e engajamento, aparentemente para se autoafirmar como os donos da razão. Do outro, aqueles que ainda acreditam na possibilidade de salvar o Brasil, embora reconheçam que o caminho para isso pode não ser o que se esperava.
O apoio de Tarcísio a Nunes não é apenas uma jogada política; é uma mensagem clara de que a direita não tem coordenação nem alinhamento suficientes para nos guiar em uma direção unânime. Em vez disso, o que era um buraco na liderança se transformou em um abismo.
O problema não é simplesmente Tarcísio fazer o que quiser com sua própria vida política.
O verdadeiro dilema é que, ao tomar essa decisão, ele coloca em risco a vida de milhões de brasileiros que, através de apoio popular, o elevaram ao cargo de liderança. E não estamos falando apenas de um governo, mas de um movimento que, dia após dia, tem sido punido por defender certas pessoas, incluindo o próprio Tarcísio.
A coragem do governador em apostar sua carreira política para defender um progressista como Ricardo Nunes, alinhado com os interesses do governo federal, é surpreendente. Isso é tão surreal quanto acreditar que um dia o ministro mais eficiente do governo Bolsonaro escolheria entre a razão e o cumprimento da palavra.
Mas não estamos falando de compromissos pessoais; estamos falando de concordar e caminhar ao lado de figuras que têm um relacionamento íntimo com aqueles que oprimem a população.
E, pior ainda, de apoiar um prefeito que financia a agenda Woke, que muitos acreditam estar destruindo as crianças e o futuro da nação.
Por isso, é importante lembrar: políticos não são ídolos, e sim empregados do povo. Quando chegar a hora de removê-los do poder, a consideração deve ser a mesma que eles tiveram com o povo que paga seus salários. Transformar políticos em figuras familiares e prestar-lhes honras como se fossem heróis de guerra é um dos maiores enganos que estamos presenciando na política atual.
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Daniel Camilo
Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.