O homem que colocou Joesley Batista no mundo do crime
23/06/2017 às 07:16 Ler na área do assinanteAté o ano de 1990, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, era apenas um caixa do Banco do Brasil. Levava uma vida humilde, sem qualquer esbanjamento, com ideais socialistas e ativa participação no movimento sindical dos bancários e no Partido dos Trabalhadores. Foi quando se elegeu deputado estadual por Mato Grosso do Sul.
Na Assembleia Legislativa sua vida deu um enorme salto. Deixou a pequena vila Sargento Amaral, onde morava, e passou a residir na Rua Clóvis, no elegante bairro Giocondo Orsi, em Campo Grande (MS) e, sem qualquer cerimônia, entrou no forte esquema financeiro que fazia crescer os rendimentos dos deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, que mais tarde viria a ser revelado por um membro do ‘clube’, numa noitada regada a Whisky, em Maracaju (MS) e gravada por um esperto e atrevido jornalista.
Zeca conseguiu ser reeleito em 1994 e em 1996 tentou uma grande cartada como candidato a prefeito de Campo Grande (MS). Foi roubado.
Num esquema abominável de compra de votos, André Puccinelli (PMDB) foi o vitorioso, vencendo Zeca por uma renhida diferença de apenas 411 votos. Puccinelli certamente pensou que teria ‘cem anos de perdão’, mas isto é outra história.
No ano de 1998, Zeca do PT surpreendeu a todos e foi eleito governador de Mato Grosso do Sul. Nascia um dos governos mais corruptos da história. Em todos os setores da administração pública, Zeca impunha uma maneira de fazer o mal feito.
Inúmeros escândalos foram registrados em seus dois mandatos. Desviou-se dinheiro do Fundo de Apoio aos Trabalhadores (FAT), promoveu-se uma farra sem precedentes com as verbas da publicidade e, entre outras picaretagens, montou-se o esquema de faturar sobre o ICMS da carne, debutando o ‘açougueiro’ Joesley Batista no mundo da criminalidade, conforme ele próprio declarou em recente entrevista a Revista Época.
Zeca do PT hoje está protegido pelo ‘foro privilegiado’ que o mandato de deputado federal lhe confere.
Suas ações deploráveis incluem ainda a responsabilidade pela primeira eleição de Delcídio do Amaral, quando este era um ilustre desconhecido, e a união entre Lula e o empresário José Carlos Bumlai, ambos se ‘apaixonaram’ graças a atuação do ‘cupido’ Zeca.
É, sem dúvida uma figura nociva, que exerceu por suas ações, papel preponderante para a efetivação da Organização Criminosa comandada pelo ex-presidente Lula.
Um detalhe interessante, na quadrilha de Zeca, Paulo Bernardo era o secretário de Fazenda e Gleisi Hoffmann, a secretária de administração.
Lívia Martins
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