Se o clã Bolsonaro “der a benção” a Marçal, ele ganha em primeiro turno

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Existe realmente um novo fenômeno na política brasileira. O bolsonarismo fechar os olhos para isso ou não perceber a sua extensão é, justamente, praticar a mesma arrogância soberba, descolada da realidade, daqueles que não levaram a sério o próprio fenômeno Bolsonaro em 2018.

É inegável que a campanha de Marçal está deixando desnudada toda a esquerda e o próprio sistema político e eleitoral. O interesse em ouvir o que ele tem a dizer está levando a audiência de programas jornalísticos que o entrevistam a baterem recordes.

Até onde irá Marçal na política, ou como será seu governo na cidade de São Paulo (pois ele será, sim, eleito), não se sabe. O tempo dirá.

E aliás qualquer incerteza sobre essas questões pouco importam para os que vem apoiando Marçal e decidindo votar nele, pois assim é o “cheio de novidade”. Entra no ar aquela máxima: “melhor me desiludir lá na frente com quem levou meu voto do que votar já desiludido”. Assim é a democracia, no seu sistema de tentativa e erro e na sua liberdade de escolha.

Não há dúvida que Bolsonaro e seu entorno já se deu conta da ascensão do fenômeno Marçal, e todos perceberam que ficar jogando pedras nele ou ignorar a sua realidade acabará os enfraquecendo ou mesmo os isolando.

Vale mais a pena unir forças e agir em comunhão para aquele objetivo primeiro, que sempre deveria ter sido o mais importante de todos, no final das contas: impedir o avanço da esquerda e implantar uma nova forma de se fazer política, reduzindo o poder dos “caciques políticos”, tentando aos poucos mudar o sistema.

Isso aparentemente é exatamente o que Marçal está se propondo a fazer, e é a razão precisa do aumento da sua força.

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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