A Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo prendeu neste domingo Alessandro Arantes, de 42 anos, em Batatais, interior do estado, sob a acusação de provocar uma série de incêndios criminosos na região. A prisão foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), que destacou a importância da ação para a segurança local.
De acordo com informações da SSP, Arantes, que afirmou ser membro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), gravou um vídeo comemorando os incêndios, o que facilitou sua identificação e prisão. No vídeo, Arantes aparece exaltando a ação e atribuindo o incêndio à sua filiação ao PCC, o que alarmou as autoridades e acelerou as investigações. O vídeo, que rapidamente circulou nas redes sociais, foi considerado uma prova crucial pela polícia.
A investigação teve início após uma série de incêndios que alarmaram a população de Batatais, com relatos de fogo em áreas urbanas e rurais, colocando em risco tanto vidas humanas quanto o patrimônio público e privado. A SSP destacou que a rápida atuação da PM foi essencial para evitar uma tragédia maior.
Segundo a SSP, Arantes confessou em depoimento que os incêndios foram motivados por uma "missão" dada por líderes da facção, com o objetivo de causar pânico na região e demonstrar a força do PCC. Além disso, ele detalhou a preparação para os atos criminosos, mencionando o uso de materiais inflamáveis e a escolha estratégica dos locais incendiados.
A prisão de Arantes também reacendeu debates sobre os interesses econômicos da facção criminosa. O portal Área Militar havia questionado anteriormente por que os criminosos não provocaram incêndios em propriedades sob controle do PCC, especialmente fazendas que cultivam cana-de-açúcar e geram lucros milionários por meio de cooperativas do setor sucroalcooleiro. A ausência de ataques a essas propriedades levanta suspeitas sobre a seletividade dos alvos e a possível proteção de negócios lucrativos associados ao PCC.
O suspeito foi levado para a delegacia da cidade, onde permanece à disposição da Justiça. A SSP informou que Alessandro Arantes já possuía antecedentes criminais, incluindo envolvimento em tráfico de drogas e outros delitos violentos. Sua ligação com o PCC está sendo investigada em profundidade para identificar possíveis comparsas e a motivação exata dos incêndios, bem como se há relação com outras atividades criminosas na região.
Este incidente ocorre em um momento de alerta elevado na região, com as forças de segurança intensificando as operações para combater a criminalidade organizada. A prisão de Arantes representa uma vitória significativa no combate aos atos criminosos atribuídos ao PCC, uma das facções mais perigosas do Brasil.
As autoridades locais reforçaram o pedido para que a população continue colaborando com informações que possam ajudar a elucidar outros crimes e prevenir novas ações criminosas na região. A SSP garantiu que outras diligências estão em andamento, e não se descarta a possibilidade de novas prisões relacionadas aos incêndios.
A investigação segue em andamento, e a polícia não descarta novas prisões nas próximas horas ou dias.
Carlos Arouck
Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.