O erro infantil de Paulo Figueiredo e a falta de compreensão do momento eleitoral

A prefeitura de São Paulo é a mais importante do Brasil.

E Pablo Marçal tem demonstrado seu empenho enorme nessa eleição.

É preciso, portanto, analisar o caso da recusa de Marçal considerando-se:

-O entrevistador, Paulo Figueiredo, tem razão quando afirma que o povo do Brasil precisa saber da posição de Marçal em relação a Alexandre de Moraes.

O momento, entretanto, é extremamente delicado.

O pedido do cancelamento da candidatura do candidato está por um fio de sua execução.

Todos sabemos como as coisas funcionam por aqui.

Basta uma assinatura - uma apenas - da caneta certa do sistema e adeus candidatura.

Já aconteceu em 22.

Acontece com Bolsonaro, inelegível.

Quando Marçal pediu ao jornalista que não abordasse o assunto, seguindo conselho de seus advogados, que conhecem sua situação e os ataques e riscos que corre muito melhor que Paulo Figueiredo, que nos EUA está confortavelmente imune à caneta citada, recebeu de volta um discurso sobre o 'bom jornalismo'.

Que lhe garantia o direito de perguntar o que quisesse e o entrevistado poderia se calar, igualmente.

Ora, isso pode ser muito bacaninha, mas não funciona dessa forma.

E todo jornalista sabe disso.

Se funcionasse, o próprio Paulo Figueiredo teria esclarecido, quando entrevistou Bolsonaro, sua misteriosa submissão à vontade de Waldemar  e o igualmente misterioso apoio a Ricardo Nunes.

Duvido que a palavra 'arregou', usada por alguns afoitos e pelo próprio jornalista em relação a Marçal seja justa.

Foi a coragem do candidato, lembrando, ao enfrentar pessoas tão ou mais preparadas do que Paulo Figueiredo que o levaram a subir nas intenções de votos rápida e surpreendentemente.

Por essas e outras, São Paulo está prestes a perder a única chance verdadeira de enfrentar e evitar que tome conta da prefeitura o consórcio sujo que apoia Nunes/Boulos.

Quando Marçal for novamente expulso dessa corrida, como foi em 22, os paulistas jamais saberão se era ou não uma boa opção para a prefeitura.

E para o Brasil.

E isso - essa expulsão - é exatamente o que quer o sistema, assustado com o seu crescimento.

O silêncio, numa entrevista, também é resposta, assim como a recusa em participar dela.

Todos sabemos disso.

Os interessados em expulsar Marçal também sabem, não é mesmo?