O impeachment de Moraes é o paradoxo da direita (veja o vídeo)

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As acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) representam uma oportunidade única para corrigir desproporcionalidades evidentes no sistema de justiça brasileiro.

Se essa chance não for aproveitada, ficará claro que a direita está mais preocupada em garantir votos nas próximas eleições do que em lutar pela verdadeira justiça.

A questão é clara: você enfrenta o sistema ou trabalha para ele.

Não há como buscar a verdadeira justiça e, ao mesmo tempo, ignorar as questões levantadas contra o sistema eleitoral.

Nunca devemos esquecer que essa foi e ainda é a “pedra filosofal” de tudo o que o Brasil enfrentou nos últimos seis anos. Desde que fomos levados a acreditar no óbvio, passamos a ser alvos de um sistema que, há décadas, atuava nas sombras, protegido pela velha imprensa. O vazamento de possíveis crimes cometidos pela mais alta “autoridade” no Brasil transforma-o no paradoxo do movimento conservador.

Consideremos o contexto dos presos políticos no Brasil: manifestantes condenados a impressionantes 17 anos de prisão, a morte do conservador Clériston Pereira da Cunha, conhecido como "Clesão", por negligência judiciária e falta de ação do movimento, o deputado Daniel Silveira ainda encarcerado por crimes de opinião, e outros parlamentares que perderam seus mandatos sob acusações semelhantes. Esses casos levantam sérias questões sobre a equidade do sistema judiciário e a consistência dos princípios democráticos.

A prisão de Daniel Silveira por expressar opiniões é um exemplo emblemático das tensões entre liberdade de expressão e repressão política. A condenação de manifestantes a penas tão severas demonstra um uso excessivo do poder judicial para silenciar vozes dissidentes. O fato de parlamentares terem perdido seus mandatos devido a processos que muitos consideram politicamente motivados sugere uma dinâmica onde a justiça não é apenas uma questão de legalidade, mas também de lealdade política.

 Atualmente, a maior liderança da direita está inelegível, mas livre, com todo o aparato digno de um ex-presidente da República: seguranças particulares, assessores e despesas pagas pelo direito constituído de um dia ter sido presidente do Brasil. Além disso, continua Brasil afora fazendo campanhas, ajudando seu partido, lançando candidatos, prestigiando dezenas de eventos políticos da sua legenda e se mantendo ativo na política, na esperança de reverter sua inelegibilidade e ser candidato novamente em 2026. E é aqui que está a bifurcação entre a ética, o compromisso de servir e o sacrifício de um grande líder político ideológico.

Na política, há um dia da caça e outro do caçador, expressão que muitas lideranças usaram depois que os espíritos corruptivos “subiram a rampa”. Talvez esses vazamentos que complicam a vida do Ministro sejam uma oportunidade para reverter as desproporcionalidades aplicadas contra apoiadores e parlamentares que foram severamente prejudicados por simplesmente escolherem um lado político e ideológico, ou, também, poderão ser uma oportunidade utilizada apenas para extinguir supostos “rabos presos” que tornavam caciques e figurões da política reféns nas mãos do sistema.

Se a oportunidade for utilizada para trazer equidade e verdadeira justiça aos que merecem ser libertos e ter seus direitos resgatados, o Brasil poderá entrar em uma onda de pressão jamais vista contra o Senado Federal. Afinal, está nas mãos dos senadores a chance de impeachment de uma autoridade que se coloca praticamente como intocável pelas vias humanas. Caso contrário, qualquer acordo que façam não resgatará jamais a justiça e a tranquilidade de um povo que tem medo até de dar opinião nas redes sociais e meios de comunicação.

Essa situação apresenta um desafio crucial para a direita e outros grupos políticos. Aproveitar a oportunidade criada pelas acusações contra o ministro para abordar essas desproporcionalidades pode ser uma chance de demonstrar um compromisso genuíno com a justiça, e não apenas com estratégias para garantir a tranquilidade de uma casta que sempre estará no topo da pirâmide social. Se a direita falhar em se posicionar de forma assertiva contra essas injustiças, o risco é que sua imagem seja vista como meramente oportunista, focada em ganhar eleições em vez de promover mudanças significativas.

Opinião: “Darei a minha vida, se preciso for, para salvar o Brasil.” Esta frase representa um compromisso eterno com a luta pelos direitos individuais e pela liberdade em sua essência mais divina. Primeiramente, é preciso salvar aqueles que mais acreditaram que o autoritarismo jamais “subiria a rampa.” E aqui não cabe o julgamento se foram impulsionados por infiltrados ou se foram apenas “idiotas úteis” de uma massa de manobra que nunca deveria ter existido.

E o mais importante, a justiça precisa ser concreta, duradoura e não passageira. Se queremos garantir que a liberdade seja algo intocável novamente, precisamos enviar um grande recado ao sistema. Desta vez, é essencial provar que as ferramentas constitucionais de freios e contrapesos são eficazes e utilizáveis.

Veja o vídeo:

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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