Valdemar faz pedido a Moraes e recebe inexplicável resposta
15/08/2024 às 09:17 Ler na área do assinanteO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou a tentativa de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, de prestar depoimento por escrito à Polícia Federal (PF) sobre uma reportagem da revista Veja. No artigo, Valdemar afirmou que seu partido estaria sendo perseguido pelo STF. Durante o depoimento à PF, o dirigente partidário optou por permanecer em silêncio.
A defesa de Valdemar havia apresentado um documento à PF com justificativas para as declarações feitas pelo presidente do PL, mas Moraes ordenou que esse documento fosse retirado dos autos do processo. O ministro foi enfático ao afirmar que "não compete ao investigado definir a forma como deverá depor, se por escrito ou presencialmente".
Moraes considera que as declarações de Valdemar atribuem “condutas inverídicas” aos ministros do STF e aos delegados da PF, o que justificou a rejeição do depoimento por escrito.
Entenda a reportagem da Veja
A controvérsia surgiu após a publicação de uma matéria pela revista Veja no dia 27 de julho, com o título "Valdemar diz à Justiça americana que STF faz oposição ao partido". A reportagem revelou que o presidente do PL havia feito tais alegações durante um processo de difamação contra sua ex-esposa, Maria Christina Mendes Caldeira, nos Estados Unidos. A ação foi movida na Flórida, onde Maria reside desde o divórcio em 2004, e veio após ela ter relembrado o envolvimento de Valdemar no esquema do mensalão, pelo qual foi condenado e preso.
Valdemar Costa Neto alega ter uma reputação imaculada e busca uma indenização de 50 mil dólares (aproximadamente R$ 286 mil). No entanto, a matéria da Veja destacou que a prisão de Valdemar, ocorrida em fevereiro deste ano por posse ilegal de arma, e a investigação sobre seu suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, passaram a ser pontos de discussão no processo.
Em sua defesa enviada à Corte da Flórida, Valdemar afirmou que sua prisão foi motivada por questões políticas, argumentando que a Justiça brasileira estaria em oposição ao seu partido, e que a prisão não estava relacionada ao suposto planejamento de golpe.
Diante da repercussão da reportagem, Moraes determinou que Valdemar prestasse depoimento à PF em até cinco dias, o que resultou na tentativa do político de entregar um depoimento por escrito, posteriormente recusado pelo ministro.
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