Nova denúncia grave contra Maduro envolve sequestro
09/08/2024 às 18:07 Ler na área do assinanteO partido de oposição venezuelano Ação Democrática denunciou na noite de quinta-feira, 8, o sequestro de Williams Dávila Barrios, ex-governador e ex-deputado do Estado de Mérida. Segundo o partido, Dávila foi capturado nas proximidades da Praça de Los Palos Grandes, em Caracas, por um grupo armado que não exibia identificação policial ou militar.
"Não sabemos seu paradeiro nem outras circunstâncias do sequestro", afirmou o Ação Democrática em um comunicado.
Dávila estava saindo de uma vigília em apoio aos presos políticos do país quando foi levado. A Plataforma Unitária Democrática, uma aliança política de oposição, também denunciou o sequestro e exigiu a libertação imediata de Dávila, além de informações sobre seu paradeiro e respeito aos direitos humanos.
A organização alertou o mundo sobre a escalada de repressão no país, declarando no Twitter/X:
"Essa escalada de repressão e perseguição deve parar. A Venezuela decidiu mudar, e isto deve começar agora com uma transição pacífica."
Outros casos de repressão
O sequestro de Dávila não é um caso isolado. Américo De Grazia, outro ex-deputado, foi preso recentemente sem explicações. Após 24 horas sem notícias, sua filha informou que ele está detido no Helicoide, sede do Serviço de Inteligência. Ela relatou que não há provas de vida e que não se sabe sob quais condições ele está detido.
Além disso, na terça-feira 6, a advogada María Oropeza, chefe regional da campanha do bloco de oposição, foi detida em Guanare, capital de Portuguesa. Ela transmitiu sua própria prisão ao vivo, mostrando agentes da Direção de Contrainteligência Militar quebrando o portão de sua casa para invadir a propriedade.
Crescente isolamento
Os protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro resultaram em mais de 2,2 mil detidos e cerca de 24 mortos, segundo ONGs de direitos humanos. A oposição e organizações internacionais acusam Maduro de fraude nas eleições presidenciais, e o presidente enfrenta crescente isolamento diplomático, com as principais economias da América Latina se recusando a reconhecer sua vitória.
Brasil, México e Colômbia insistem em reconhecer os resultados eleitorais oficiais anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral, que atribui a vitória a Maduro com 52% dos votos, enquanto seu principal oponente, Edmundo González, teria obtido 43%. Esses países também rejeitaram a iniciativa de Maduro de tentar referendar a eleição no Tribunal Supremo de Justiça, controlado pelo regime.
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