Política é um negócio sério demais e muito mais importante do que podemos imaginar. Por exemplo; ainda neste ano pudemos assistir ao ex-presidiário e o presidente francês, Macron, “intercederem a favor” de Maria Corina, ao defenderem a líder venezuelana como opositora legal de Maduro para as eleições. Inteligentemente, Corina, agradeceu publicamente aos dois esquerdistas. Parece uma situação política pra lá de civilizada, não é mesmo?
Esse posicionamento do descondenado e do francês acabou por forçar o Maduro a acatar sua opositora nas eleições, por mais esforço que tenha feito para tirá-la do caminho. A experiência que teve com Guaidó, em eleições anteriores, não foi das melhores. Pairou nuvens de desconfianças até mesmo de que o eventual opositor era um laranja do próprio bolivariano.
Pois bem... todos sabem que a intenção dos esquerdistas seria o de dar ares de concorrência legal nas eleições, com uma envernizada de democracia.
Mas um tripé havia sido armado há algum tempo com a prisão de Hugo Carvajal, até então, assessor do ditador Maduro. A partir daí, Maduro, Lula e Carvajal, começaram a pintar com outras cores o alinhamento estabelecido pela esquerda. Com a prisão de Carvajal na Espanha e consequente deportação para os Estados Unidos, suas denúncias, cada vez mais contundentes, provocaram um descontrole geral para a esquerda latino-americana. Surgiram reações da direita pela região, como em El Salvador, Argentina, Uruguai, entre outros, e até mesmo um esquerdista perfumadinho surgiu no Chile (e por isso, o país vai mal das pernas, para variar com esquerdista no poder). No Brasil, o evento já havia se tornado realidade nas eleições de 2018, quando Bolsonaro se tornou presidente.
Não havia mais saída! Ou eles se travestiam de democráticos puros e jogavam sujo nos bastidores, ou estariam perto da extinção por estas bandas. E assim aconteceu, abrindo uma gigantesca brecha na política, onde todas as suas ações ficaram como uma fratura exposta, especialmente no trato eleitoral. Mais ou menos como se tivéssemos dado corda para o próprio enforcamento deles.
O “bate-boca” recente, promovido por Lula e Maduro, é puro teatro.
O que aconteceu na Venezuela nestas eleições, parecia um enredo do que acontecera no Brasil em 2022, e não menos polêmico nas eleições americanas de 2020. Meteram os pés pelas mãos, se lambuzaram inteiros. É um erro atrás do outro. Maduro, ao aceitar o jogo politicamente correto, acabou trazendo toda a ira do mundo democrático contra ele. Caiu feito um patinho, mostrando amadorismo, nervosismo e quanto mais mexe, mais fede.
Todos devem se lembrar que há pouco tempo, praticamente, o Brasil era uma ilha verde rodeado por mares vermelhos.
O ponto nevrálgico de tudo isso tem nome: eleições. Seja aqui no Brasil, seja nos Estados Unidos, e agora irremediavelmente sem defesa, a Venezuela garantiu que o Modus Operandi da esquerda, faliu! Já não tem como defender votação por correios como na América, eleição sem voto impresso (acoplado à urna eletrônica, diga-se) no Brasil, e muito menos, a manutenção de um ditador explícito na Venezuela.
A Colômbia de Petro e o México de López Obrador, estão no mesmo caminho. Em breve teremos notícias disso. A Nicarágua, já é figurinha fácil do sistema.
Na Europa, o mesmo processo de reação já vem acontecendo há algum tempo. E é logo na porta de entrada do velho continente, Portugal, de André Ventura, e também na Itália de Giorgia Meloni, que a direita vem ganhando espaços cada vez mais amplos.
Escolhi um dos protagonistas pela arbitrariedade eleitoral acontecida no Brasil, Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, que para fugir do abraço do dragão venezuelano, se posicionando contrariamente aos fatos, e fraudes, das eleições (ele nem é doido de ir contra). Mas trago uma sugestão ao leitor/eleitor: leia a declaração do covarde político, mas interprete a leitura como se ele estivesse falando das eleições do Brasil. Vai reparar que não há discrepância no contexto:
“Numa democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral que assegurem a prevalência da vontade do povo são base essencial e insuperável. O governo da Venezuela (leia, Brasil) se afasta disso ao não demonstrar esses valores com clareza. A luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas. Toda violação a ela deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for.”
A diferença basilar entre as figuras nefastas de Maduro (que julga, legisla e executa - literalmente) e Lula, é que o primeiro quer se manter à força, e o segundo, cada vez mais claramente, foi “resgatado”. O Carvajal é o ponto fora da curva, graças a Dios!
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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