A guerra cultural é muito pior que a bélica, destrói o país de dentro para fora
01/08/2024 às 13:27 Ler na área do assinanteNoutro dia, ao comentar sobre as eleições venezuelanas, a analista política de uma grande emissora de televisão fez uma breve reflexão do atual cenário mundial, concluindo que o planeta está entrando numa nova guerra fria. Os países comunistas e ditadores reconheceram a vitória de maduro, enquanto os países democráticos a rechaçaram, demonstrando claramente que há uma nítida divisão em dois blocos.
Santa ingenuidade...
O mundo já está em guerra.
O erro desse silogismo que concluiu erroneamente que estamos entrando numa nova guerra fria está na premissa maior. A dinâmica da guerra mudou – está mais complexa e sofisticada. A guerra mudou na sua forma, no seu conceito.
Aquela disputa bélica tradicional que se limitava ao uso da força militar é coisa do passado. Bem-vindo ao século XXI. A guerra de hoje é interativa. Não se busca conquistar territórios, mas corações e mentes. A guerra é cultural e ideológica. É uma guerra muito mais elaborada, de pura estratégia.
É uma guerra de “influência”, na medida que influencia o indivíduo. Induz o cidadão à subversão de seus próprios valores éticos, morais, familiares e tudo mais – que passa a enxergar o mundo do avesso.
É uma guerra que começou nos bastidores, com o aparelhamento dos vetores mais influenciadores de uma sociedade, como a educação e a imprensa, por exemplo – e cujo maior objetivo é dissociar, separar, para enfraquecer.
Injetam na criatura uma ideia de que ela é explorada pelo sistema. Colocam negros contra brancos, homens contra mulheres, pobres contra ricos, gays contra heteros – e por aí vai.
Dessa forma eles contaminam o país a ser enfrentado (ou conquistado), nas suas entranhas. Corroem a estrutura por dentro, pois a nação perde coesão – perde força. O estado demora para atuar, pois é travado por organismos internos com interesses difusos.
Sim, estamos falando dos EUA.
A visão da ilustre jornalista acima citada não está perdida na sua totalidade, pois o mundo realmente está dividido em dois grandes blocos: o mundo ocidental conservador, liberal e democrático – e os países totalitários e ditatoriais – o bloco do mal.
Se houvesse hoje uma guerra bélica declarada entre EUA e China, apesar de todo o arsenal e tecnologia americana, os chineses contariam com o congresso americano para retardar e engessar a atividade militar na sua plenitude. Os congressistas representam o povo – e esse povo está contaminado pela guerra cultural – o congresso americano também, consequentemente.
A China, por sua vez, conta com total coesão social. É claro que é uma coesão promovida por uma ditadura. Lá, você é obrigado a defender o poder. Caso contrário sofrerá as retaliações estatais – mas o fato é que o povo é uno.
Se num país com a história dos Estados Unidos, cujos alicerces democráticos são muito mais profundos e robustos que os nossos, a guerra cultural já fez esse estrago todo – o que dizer do Brasil? Ora, no Brasil a situação está bem mais avançada: eles já tomaram o poder.
Essa falta de coesão promovida pela esquerda não vitima apenas o Brasil e os EUA, mas todo o ocidente. Há muito que se vê uma esquerda brasileira atacando a família, a religião e os pilares da sociedade ocidental como um todo. Eles promovem a ideia de que o sistema é opressor – o modelo ocidental é opressivo. Assim, há décadas que a esquerda prega que esse sistema ocidental deve ser erradicado, em nome de uma justiça social, da igualdade e outros artifícios inconsistentes.
Dessa forma, dizer que o Brasil, ao referendar as eleições venezuelanas, passou a integrar quase que oficialmente o bloco dos países ditadores e comunistas, infelizmente é pouco. Por aqui já temos toda uma geração doutrinada na escola – na sua formação – o que não é diferente da Europa, por exemplo, haja vista a abertura dos jogos olímpicos promovida pela França.
A situação da França ainda é pior do que a nossa. Atualmente 10% da população francesa é de imigrantes, sem contar que a miscigenação já vem ocorrendo há décadas. Desde o fim da Segunda Guerra que Paris ocupou um lugar de destaque no cenário mundial – e desde então a França atraiu imigrantes.
Se por aqui a falta de coesão já causa esse estrago todo, na França as consequências são avassaladoras. A povo francês perdeu seu DNA, sua identidade, sua raça. Daí se explica esse verdadeiro show de bestialidade que foi a abertura das olimpíadas da França.
Carlos Fernando Maggiolo
Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ.