As gritantes semelhanças entre a Venezuela de Maduro e o Brasil de Lula (veja o vídeo)
01/08/2024 às 12:33 Ler na área do assinante“Eleição não se ganha, se toma.” (Luís Roberto Barroso, hoje presidente da nossa Suprema Corte de Justiça, o STF)
De Leandro Ruschel, tomo o seguinte texto, publicado no X de 30/07/2024:
“O cinismo, a hipocrisia, a desfaçatez e o apoio de Lula a Maduro
O descondenado, fazendo de conta que não conhece a realidade totalitária do regime venezuelano, que ele ajudou a colocar de pé, afirma que é só a oposição apresentar recurso que a Justiça irá julgar, se referindo às eleições no país. Ora, ele sabe melhor que ninguém do completo aparelhamento do judiciário venezuelano pelos chavistas. Não há a menor chance de uma decisão favorável à oposição. O descondenado SABE que o processo foi fraudado desde o princípio, através da censura, perseguição e de prisões de opositores, culminando com grotesca manipulação dos números de totalização dos votos pelo Conselho Eleitoral, também controlado pela ditadura. Lula é um dos principais responsáveis pela tragédia venezuelana, e segue como aliado de primeira hora do regime que promove crimes contra a humanidade em série.”
Eu acrescento: discordo em parte, Leandro, Lula não é UM dos principais responsáveis pela tragédia na Venezuela:
“Lula é O principal responsável pela tragédia na Venezuela.”
Sem o apoio de Lula, Hugo Chávez, jamais teria consolidado a ditadura na Venezuela, que Maduro veio a herdar e incrementar ao máximo seus mecanismos de repressão.
O principal mecanismo de repressão é o exército bolivariano. Um exército totalmente nutrido com os recursos do petróleo e do narcotráfico e, por consequência, cúmplice do ditador. O exército da Venezuela possui, hoje, mais generais e coronéis do que qualquer outro exército do mundo. Tem mais generais e coronéis do que os exércitos dos Estados Unidos, da Rússia e da China, individualmente! Com um exército desses, nutrido dessa forma, Maduro sente-se dono da Venezuela e não larga o osso, nem quando perde, fragorosamente, como ocorreu agora, as eleições presidenciais.
Criou-se, na Venezuela, um judiciário totalmente aparelhado (conhecem outro país onde isto ocorre?) e submisso ao ditador. A partir de 2016, tudo o que o parlamento Venezuelano aprovava, se Maduro não gostasse, a suprema corte bolivariana derrubava. (Parece que o STF brasileiro aprendeu bem esta lição bolivariana!) A Justiça da Venezuela tornou-se a vontade de Maduro. “La loi c’est Maduro” é a paráfrase perfeita para frase de Louis XIV(1618-1614), rei da França: “L’État c’est moi”. Assim como, no Brasil, vale dizer “La loi c’est STF et Alexandre de Moraes”.
E agora vem Lula, em um arroubo inigualável de cinismo, a sugerir que a oposição venezuelana entre com recurso judicial, se se considerar tungada por Maduro. Isto é como recorrer ao STF de uma arbitrariedade de Alexandre de Moraes; o resultado, com absoluta certeza, é a frustração, se não der coisa pior. Vá ser cínico assim no Inferno, Lula!
Similarmente, agindo no modo da suprema corte de Maduro, no Brasil o sistema STF/TSE, aparelhado pelo PT, retirou Lula de prisão e o colocou de volta na “cena do crime”, ou seja, a presidência da República. Entre outros crimes cometidos contra o País (fim da prisão em segunda instância, fim da Lava-Jato, soltura dos maiores corruptos do Brasil, inclusive Lula, ...) o STF construiu um PRESIDENTE SEM POVO, que não consegue sair do Planalto a não ser de helicóptero, carro blindado e uma guarda pretoriana a protege-lo. Os eventos em que Lula comparece são, sem exceção, vazios de gente, não importa a quantidade de sanduiches de mortadela e ônibus colocados à disposição de quem quiser comparecer. O processo de construção de Lula-presidente foi perfeitamente descrito por Luís Roberto Barroso, hoje na presidência do STF:
“Eleição não se ganha, se toma”.
Foi exatamente isso que se fez em 2022 no Brasil. É exatamente isso Maduro sempre fez e faz agora na Venezuela. Lula pediu tempo para Maduro apresentar as atas das eleições. A constituição bolivariana dá 48 horas para publicação da atas, após o término das eleições e este prazo já se encerrou há muito tempo. A denúncia agora (ver o vídeo abaixo de Lourival Sant’Anna, da CNN) é que a imprensa de Maduro está forjando novas atas e sequestrando os mesários para que as assinem. São estas ‘novas’ atas que Maduro, com a cumplicidade de Lula, pretende mostrar ao mundo. Mas, parece que os planos estão dando errado.
Assistam ao depoimento do moderado e insuspeito Lourival Sant’Anna sobre este assunto.
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.