Coitado do Vermelho! Ah, se não fosse o preto e o arco íris...

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A esquerda se apoderou de tal maneira da cor vermelha que hoje fica difícil não associar a cor rubra a coisa ruim, danosa, nefasta e afins. O vermelho, historicamente, é usado para representar fatalidades, até compreensivelmente, por causa da cor do sangue. Não à toa, no cristianismo, o sangue de Cristo se tornou universal.

Mas antes disso, na antiguidade, o vermelho representava os Deuses da vida e da saúde. E até antes, na idade da pedra, o vermelho era usado para pintar os corpos dos mortos, a fim de protegê-los dos maus espíritos. Antropologicamente, ainda que originadas e usadas na religiosidade e crenças, o vermelho, era extraído de um inseto chamado cochonilha, com acentuado tom vermelho, doze vezes mais forte do que as retiradas de cascas de árvores, e caiu como uma luva para ideologias políticas. Eis, que de uma maneira ou de outra, o vermelho foi se encaixando com a violência.

Etimologicamente, em outras línguas, pouco se usa a expressão vermelho. É rouge, rojo, krasnoi, todas com simbologia de belo ou colorido, o colorado. Mas, no latim, o vermelho vem de vermiculo, diminutivo de vermis, verme. Daí...  

A luta por esta cor tem uma infinidade de fatores que nos remetem ao amor também. E é com este contraponto que a ideologia esquerdista se apoderou dela. Se os romanos ou os antigos chineses usavam o vermelho para representar o amor e a vida, tal apoderamento, em tempos relativamente contemporâneos, foi adotado pelo comunismo, por exemplo.

Como o oportunismo é uma marca registrada da esquerda, vieram o preto e o multicolorido arco-íris para desfocar a realidade do vermelho deles. Como a divisão e a polaridade reduz a força de oponentes, como em várias situações que criam, despudoradamente, a esquerda tem no preto e no arco íris o uso visual para defender outra palavrinha mágica deles: o preconceito. E é na raça negra e nos gays que eles usurpam a liberdade, a democracia e uma imaginária minoria, iludindo a todos. Em tempo: não me nego, em hipótese alguma, a existência do racismo por combater a usurpação dele.

É no preto que vem a falsa defesa dos negros para usar o passado da escravidão, propositalmente esquecida quando sabemos que na história a escravidão de brancos e outras raças, era potencialmente comum, ou do “só pobre e preto vão presos neste país”. Mas se esquecem que eles mesmos criam o ambiente para negar-lhes desenvolvimento educacional e ascensão social. Não é comum no meio deles, usarem exemplos de grandes negros, nomes da nossa história.

Para a sociedade gay, propõem a infundada e fictícia valorização e naturalização, partindo da doutrinação da espécie humana, criando-os aos milhões, e assim, abrir caminho para a destruição da família. Em tempo: para o bom convívio, basta a compreensão e o respeito para com a escolha de todos.

Enfim, àqueles que usam o vermelho para outras finalidades, quaisquer que seja, o resgate dessa cor para o bem, é essencial. Um bom começo é desprezar a associação do vermelho com o mal, sabendo identificá-lo.  

Para a rainha das flores, a rosa, a mais comemorada é a vermelha, que um dia cartola cantou (trecho):

“Queixo-me às rosas
Mas, que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente, as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ah...”

Mas por outro lado, exaltando ideologia, Chico da Silva compôs e as petistas Daniela Mercury e Fafá de Belém interpretaram (trecho):

“O velho comunista se aliançou ao rubro do rubor do meu amor
O brilho do meu canto tem o tom e a expressão da minha cor...”

Escolha a sua!

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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