O BRASIL visto pelas reflexões!

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Da crônica do professor Bortolotti, trago para perto de nós, brasileiros, reflexões de um Brasil que sucumbe às aberrações de toda e qualquer natureza política, social e cultural, que fluem como lava de um vulcão em atividade, tem entre vários de seus fatores, a reflexão mal feita, quando feita, por seus cidadãos.

O caráter pensativo e reflexivo do brasileiro, vai da isenção à negligência, da preguiça à submissão, e em contraponto, um outro lado vai da perspicácia ao abuso, do oportunismo à maldade. E dá nisso que assistimos hoje no país. Um descalabro!

E o professor Bortolotti se enveredou na análise dos caminhos da desumanização que vem acontecendo entre nós. Um contrassenso do instinto primitivo do ser humano frente a modernidade tecnológica. Um disparate!

E numa crônica, “Pessoas... ou móveis?”, o professor expressa o sentimento que lhe toca nas suas observações do submundo humano, com o atropelamento do amor, e que é caro a muita gente, incluindo-se aí a questão familiar. Um sopro de esperança para que a leitura, associada a outras formas de alertas, seja absorvida por nós, enquanto pessoas e cidadãos.

Da série #PensarNaoDoi, do professor, vamos à crônica:

Pessoas ... ou móveis?

“Quando se ama, não importa a quantidade de pessoas que estejam ao seu redor, se ele não estiver, não vai ter graça, vai ser mais um dia sem sorrisos, mais um dia perdido...!”
Laila Menezes

Tenho acompanhado este “mundo maluco”, de todas as formas:

Através de notícias, de todos os tipos, nas redes sociais, também de todos os tipos.

Sim, agora temos classificação de seres.

Não vou ofendê-los com os tipos e gêneros especificados por estes “seres” que parecem serem de outra dimensão.

Sim, mas bem abaixo de nós.

Significa que somos superiores?

Não, apenas temos um sentido de atualidade, dentro de nossa própria atualidade.

Redundante?

Não. Apenas constatação.

Cadê o amor filial, de irmandade, literalmente, familiar?

O que houve com ele?

Perdemos?

Bem, de certa forma, uma grande maioria sim.

Mas, nós não somos maioria...

No universo, somos únicos. Somos exclusivos, de nós mesmos.

Então, o que está acontecendo

Estamos simplesmente vivendo uma era de ignorância completa,

E isso não é abstratíssimo. É realidade,

Pessoas, até nas redes, ou se tratam com bondade e amorosidade, ou seja, simplesmente, o contrário.

Estamos nos tornando, aos poucos, bestiais, ignorantes, ofensivos, sem amor, sem afeto.

Começa nas próprias famílias.

Avós, sim os pais de nossos pais são tratados como “coisas estranhas”.

Não aguentamos quando perguntam a mesma coisa mais de uma vez.

Já respondemos, com nossa primitividade:

- Vô, o senhor (mera formalidade rotinizada, este tratamento) já perguntou dez vezes, quantas vezes tenho que repetir?

O Avô (ambos os sexos, por favor) em sua sabedoria, desiste. Entra em si mesmo, e fica mesmo amargurado, em seu verdadeiro canto. Como se fosse de um mundo diferente.

Larissa Ioraschi, já deixou escrito para a posteridade:

“Existem pessoas, que não importa quanto tempo estará ao seu lado, nunca será o suficiente...!”

Pergunto:

- O que é suficiente para nós, hoje, agora, em se tratando de pessoas, de seres humanos?

Certamente, poucos terão a resposta e mesmo assim terão receio de partilhar.

Estamos nos desumanizando?

Sim, estamos em todos os sentidos.

Estamos vivendo nosso ID, como dizia Freud, nosso lado mais primitivo...

Mas em meio a tanta modernidade?

A modernidade é somente tecnológica, não humana, mesmo tendo sendo inventado e construído por humanos.

Estamos nos robotizando da pior forma possível.

DESUMANIZADOS.

Creio em um Ser Superior, neste Universo Infinito.

Mas estou, cada vez crendo menos, no dito “ser humano”!

Ele está enriquecendo financeiramente, mas empobrecendo em humanidade,

E começa em casa, vai para nosso bairro, para a cidade, para o mundo

Cadê Nós?

Onde estamos?

O que queremos?

Notaram que são as mesmas questões que são feitas pelos seres, nos últimos mais de 2 mil anos?

E as respostas:

Está dentro de cada um de nós.

Portanto cito, Santaella, que deixou dito em 2013:

“Estamos, ao mesmo tempo, em algum lugar e fora dele. Tornamo-nos intermitentemente pessoas presentes-ausentes. Aparelhos móveis nos oferecem a possibilidade de presença perpétua, de perto ou de longe, sempre presença. Somos abordados por qualquer propósito a qualquer hora e podemos estar em contato com outras pessoas quaisquer que sejam suas condições de localização e afazeres no momento, o que nos transmite um sentimento de onipresença.” 

Pense, por favor, por sua humanidade... Ainda não dói!

Paz e Luz.

José Carlos Bortoloti

Jornalista e Escritor

Passo Fundo – RS 

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
  http://livrariafactus.com.br

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