A tragédia anunciada na Venezuela e o histórico de cumplicidade do Brasil nos horrores latino-americanos

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É quase inevitável uma possível carnificina decorrente das eleições que se aproximam na Venezuela. Para aqueles que acreditaram no teatro protagonizado entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o ditador Nicolás Maduro, que são amigos, fica claro que não entendem muito das tramas e do modus operandi da esquerda comunista. Como já dizia Joseph Goebbels, ministro da propaganda do estado nazista alemão (1933-1945), “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. 

No caso de dois governos sul-americanos, nem é necessário repetir tantas vezes tais mentiras. O desentendimento fake entre Lula e Maduro, que envolveu uma “preocupação” brasileira no processo eleitoral de cartas marcadas na Venezuela e a indireta do “chá de camomila”, é apenas parte de um plano evidente da esquerda comunista. A represália contra a oposição ao regime provavelmente será brutal, podendo ocorrer durante ou depois das eleições de domingo. 

O Brasil, que poderia muito bem ser o divisor de águas e assegurar não só a integridade física da oposição e da população venezuelana ao regime de Nicolás Maduro, como também poderia tomar para si o protagonismo regional, se elevando a uma verdadeira potência da ordem e da democracia na América Latina. Entretanto, esse certamente não é o objetivo da liderança atual do Brasil. 

Como na Bolívia em 2006, na tramóia do roubo das unidades da Petrobras, a maior potência do Mercosul ficará inerte, assistindo de camarote uma possível carnificina, caso o ditador Maduro resolva não aceitar a nítida vontade da população venezuelana, que é dar fim aos 25 anos de miséria. 

Quem não se lembra do teatro da estatização das usinas da Petrobras na Bolívia em 2006? Evo Morales, com suas tropas do exército boliviano, cercou e invadiu as unidades da estatal brasileira e, num simples passe de mágica, o Brasil entregou, praticamente de mão beijada e a preço de banana, um bilionário patrimônio dos brasileiros. Lula, que era presidente do Brasil na época, também era e continua sendo muito amigo de Morales. 

Esse episódio é apenas um exemplo de como o Brasil sempre foi omisso, inerte e cúmplice aos grandes acontecimentos que resultam em violência, perda de direitos humanitários e impactos profundos na economia regional. Não é de se admirar que o Brasil sempre foi tratado como um país submisso e como parte do problema cancerígeno que corrói a liberdade e o desenvolvimento humano nas Américas. 

Governos autoritários podem manipular situações em benefício próprio, sem considerar as consequências para seus cidadãos ou para seus vizinhos. A história nos mostra que tais ações não são incomuns. Durante a Revolução Cubana, Fidel Castro nacionalizou várias empresas americanas e estrangeiras, o que levou a uma deterioração nas relações entre Cuba e os Estados Unidos. 

O ditador cubano, juntamente com Lula, fundou o Foro de São Paulo e ficou quase 50 anos no poder de Cuba. A crise dos mísseis cubanos em 1962 foi uma das consequências desse movimento, trazendo o mundo à beira de uma guerra nuclear. 

Na Nicarágua, durante a Revolução Sandinista, o governo de Daniel Ortega expropriou propriedades e empresas privadas, resultando em conflitos e tensões internas que afetam a estabilidade do país até os dias atuais. O ditador Ortega, que soma 29 anos de poder no país, é um longevo amigo ideológico de Lula. 

Esses exemplos históricos mostram que a manipulação e a apropriação de recursos e propriedades por regimes autoritários são estratégias comuns para consolidar poder, muitas vezes às custas de direitos humanos e da estabilidade regional. O que estamos vendo na Venezuela pode ser mais um capítulo dessa trágica história, com consequências potencialmente devastadoras para a população local e para a região como um todo.

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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