A queda de Biden e a ascensão de Kamala: Algumas verdades históricas. Uma análise

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“É sempre a melhor política dizer a verdade, a menos, é claro, que você seja um excepcionalmente bom mentiroso”. (Jerome K. Jerome. 1892).

E Biden renunciou.

Seu abandono foi saudado pelos meios de comunicação que o apoiam como um “ato de grandeza”. Seu gesto foi descrito pelos especialistas que amparam o Partido Democrata como uma renuncia que fortalecerá a democracia e tornará os EUA mais fortes, pois o gesto de desambição cometido pelo Presidente não tem paralelo, segundo seus áulicos, é extraordinário, único, mostra um homem bom que renuncia a tudo que possui em nome da democracia.

Seria tudo isso verdade, ou é apenas a azeitada máquina de mentiras dos comunicadores de esquerda funcionando em alta velocidade e elevadíssima temperatura?

Comecemos pelo Partido Democrata que é cortejado pelas esquerdas, cantado em prosa e verso pelos jovens negros americanos como salvador e libertador da escravidão. Nele, hoje, se agregaram as minorias favoráveis ao aborto, os que são contra a pena de morte, as barulhentas feministas, os que são favoráveis ao casamento gay, os violentos disseminadores da ideologia de gênero, os sem-noção da pós-verdade e do pós-modernismo, os que querem a liberação das drogas, os que são contra barreiras que impedem os imigrantes ilegais de entrarem aos lotes pela fronteira americana e tudo o mais que qualquer pessoa normal fica espantada de ver e ouvir.

Voltemos nossos olhos para a Guerra Civil Americana que aconteceu de 1861 a 1865. Nela os Republicanos e os Democratas lutaram em lados opostos. O Partido Republicano, liderado por Abraham Lincoln, queria a libertação dos escravos. O Partido Democrata, elitista, queria continuar com a escravização dos negros e defendia os direitos dos Estados em manter os negros no cativeiro. A guerra explodiu em abril de 1861.

Em 9 de abril de 1865 os Estados do Sul, denominados pelo Partido  Democrata de “Confederação Sulista” se renderam. A guerra fratricida chegou ao fim e destruiu grande parte da estrutura desses Estados que entraram em colapso.

Os quatro anos de guerra provocaram a morte de mais de 620.000 americanos.

Os escravistas foram vencidos, a escravidão foi abolida e mais de quatro milhões de escravos negros foram libertados. “Durante a Era da Reconstrução que se seguiu à guerra, a unidade nacional foi lentamente restaurada, o governo nacional expandiu seu poder e os direitos civis e políticos foram concedidos aos escravos negros libertados por meio de emendas à Constituição”.

Alguns meses depois, mais precisamente em 14 de abril de 1865, o presidente Abraham Lincoln foi assassinado por John Wilkes Booth, um escravista da “Confederação Sulista”, que tinha total apoio do Partido Democrata.

A libertação dos escravos custou a vida do Presidente dos Estados Unidos, que pertencia ao Partido Republicano.

"A vitória do Norte (Partido Republicano) provou decisivamente a durabilidade do governo democrático. A independência Confederada, (apoiada pelo Partido Democrata) por outro lado, teria estabelecido um modelo americano de política reacionária e repressão racial que provavelmente lançaria uma sombra internacional no século XX e talvez além." (Fergus M. Bordewich - Historiador).

Sim, amigos, quem libertou os negros americanos da escravidão foi o Partido Republicano que hoje é chamado pelos esquerdistas sem-noção de racista.

Nessa época nasceu a Ku Klux Klan, famigerado grupo racista oriundo do sul dos Estados Unidos, fundado pelos Democratas bonzinhos.

Junto com a Ku Klux Klan nasceu as “Jim Crow Laws” (1876-1965), conjunto de leis estaduais decretadas nos estados sulistas que segregavam as minorias, que também foram iniciativa dos Democratas.

Os grupos étnicos que mais sofreram com elas foram negros e asiáticos. Essas leis foram aprovadas por Democratas e abolidas pelos Republicanos chamados, hoje, pelos negros e imigrantes de “racistas”.

Os jornalistas esquerdistas que dominam a mídia brasileira, profissionais da mentira, rotulam o Partido Republicano como direita radical, racistas, xenófobos, homofóbicos, armamentistas... A intenção é sempre manipular as mentes através do embuste, mas essas mentiras são sempre desmascaradas pelos fatos históricos.

E Biden renunciou.

Não porque quis. Não. A cínica imprensa esquerdista durante meses anunciou como Biden era forte, como era íntegro, como estava em forma o “velhinho”. Biden, sua mulher e a imprensa rejeitaram vigorosamente qualquer insinuação de ele estava velho para o cargo. Todas as críticas quanto à sua capacidade intelectual foram rejeitadas. Biden agarrou-se ao cargo como um carrapato-estrela que transmite a febre maculosa em humanos e animais. Nenhuma preocupação, dizia ele, sua mulher e a imprensa mentirosa.

Então veio o debate da CNN. Trump arrasou Biden. O mundo descobriu um homem velho confuso e incapaz dirigindo a maior nação do mundo. Tudo que a imprensa havia dito sobre Biden desmoronou.

Mesmo assim Biden não desistiu. Não. Depois do debate agarrou-se ainda mais ao cargo e rejeitou todos os pedidos para que desistisse.

Três semanas após o debate a imprensa anunciou sua desistência.

Biden não queria desistir. Todos os seus atos e seu comportamento indicam que não. Então a imprensa inventou outra narrativa. Em grandes manchetes disseram que Biden era altruísta, elegante, sensato, que havia desistido da corrida para salvar a democracia.

Toda a arrogância com que ele e todos que estavam em seu entorno rejeitaram as acusações sobre sua aptidão para o cargo foram parar embaixo do tapete. Agora Biden era um homem sensato. Ele jamais havia se agarrado ao cargo. Nunca pensou nele permanecer. Sempre quis o bem do país. Um homem prudente que renunciou pelo bem da nação.

Na verdade Biden mostrou ao mundo que não tinha nenhuma humildade, mas tinha um apego incomum ao cargo, ao poder. Mesmo doente e senil queria e quer permanecer dominando tudo e todos.

- "Tudo o que você pode fazer é balançar a cabeça. Ninguém na Casa Branca tem credibilidade quando se trata da saúde de Joe Biden. Da vice-presidente Harris ao médico da Casa Branca e a todos na assessoria de imprensa, eles encobriram as fragilidades do presidente. Eles esconderam a verdade. É um escândalo", disse o ex-secretário de imprensa da Casa Branca de George W. Bush, Ari Fleischer, à Fox News Digital.

A perda iminente da eleição fez com que Biden fosse retirado pelo Partido Democrata da corrida eleitoral, especialista em mentir, com cuidado, usando uma pinça de ponta fina, sem apertar seu corpo. A forma adequada é puxar o carrapato-estrela para fora, inserir a pinça entre o corpo dele e a pele da pessoa, e então retirar. Assim ensinam os manuais de medicina. E assim foi feito.

Ele não saiu, foi sacado. Sua renuncia não foi anunciada por ele, mas pela mídia esquerdista que o apoiava.

 “Os mesmos políticos e jornais que agora dizem que Biden graciosamente aceitou que não está mais apto a governar estavam nos dizendo há anos que ele estava apto a governar, e que qualquer um que dissesse o contrário era um mentiroso e possivelmente de "extrema direita". A coragem deles é surpreendente: por anos eles nos alimentaram com falsidades sobre Biden estar em forma como um violino, agora eles nos alimentam com a falsidade de que a renúncia deste homem doente é um modelo de bom comportamento que todos nós, plebeus, deveríamos aspirar”. (Brendan O'Neill - Sp!ked).

Então chegamos a Kamala Harris.

Ela não passou pelo processo de escolha que os candidatos a Presidente são obrigados a se submeter. Mas todos estão, segundo os jornais, demonstrando apoio a ela. Parece que o processo de escolha neste caso específico não importa. Não houve e nem haverá primárias. Ela não conquistou nenhum voto das bases democratas. Ela não foi escolhida para concorrer. Simplesmente arrancou-se um velho gagá da corrida pela Casa Branca, expulso da competição como um cachorro vagabundo, e em seu lugar as elites empurraram garganta abaixo da gentalha Kamala Harris.

As celebridades batem palmas. Os jornais fazem editoriais entusiasmados. Ninguém pergunta por que as bases não foram consultadas, já que ela foi escolhida como vice porque Biden disse em 2019, que “queria uma pessoa de cor ou uma mulher para ser sua companheira de chapa”. Harris apresentou-se como a figura ideal.

Agora Harris substitui Biden. Não que ela tenha conquistado esse lugar. Não há qualquer valor nessa substituição. A troca se dá porque o titular está senil.

As elites democráticas agem como as antigas monarquias. Rei morto, rei posto. Lembrem-se da frase de Biden: “uma pessoa de cor ou uma mulher”.

É a politica progressista da DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) um termo usado para descrever políticas e programas que promovem a representação e a participação de diferentes grupos de indivíduos e dos Woke (a expressão woke tornou-se sinônimo de políticas progressistas das esquerdas, que defendem temas como igualdade racial e social, feminismo, o movimento LGBTQIA+, o uso de pronomes de gênero neutro, o ativismo ecológico, o direito ao aborto e o cancelamento). Essas políticas foram adotadas pelo Partido Democrata e dominam as elites. A cor da pele é mais importante que a democracia. Essa é a visão.

Em artigo para Fox News, Liz Peek, assim descreveu Kamala Harris:

- “Ela é, por seus próprios méritos, uma boa candidata? Absolutamente não.
1. Kamala Harris é o rosto da fronteira aberta e dos 10 milhões de pessoas que entraram ilegalmente no país durante o governo Biden-Harris.
Esta é a questão número um para milhões de eleitores. Ela era a pessoa de contato que deveria consertar a bagunça causada por Joe Biden, que reverteu as políticas de Trump essenciais para limitar o fluxo de migrantes através da nossa fronteira, e ela fracassou. Ela nunca levou isso a sério. Em uma entrevista icônica no início, quando perguntada por Lester Holt da NBC se ela tinha ido até a fronteira, ela alegou que tinha ido e quando chamada por essa mentira, ela riu histericamente, disse que não entendia o que o repórter queria dizer e declarou que também não tinha ido à Europa. Conte com isso; veremos essa troca sem noção em anúncios de Trump/Vance, muito.
2. Harris foi eliminada da disputa primária democrata em 2020, antes das primárias de Iowa, tendo conquistado exatamente zero delegados e antes que um único voto fosse dado.
Ela teve um breve aumento em suas pesquisas após lançar um ataque ousado contra o candidato Joe Biden durante o primeiro debate primário, acusando-o de ter se oposto historicamente ao transporte de ônibus. Mas durante sua campanha, ela mudou de ideia em ideias populares na época, como "Medicare para todos", e falhou em elaborar uma mensagem coerente sobre outras questões - incluindo o transporte de ônibus. Ela também falhou em arrecadar dinheiro. Sua campanha foi mal administrada e a vantagem que se esperava que ela tivesse como uma mulher de cor nunca se materializou. Poucos meses antes de sair das primárias, uma pesquisa da Quinnipiac mostrou que ela havia conquistado apenas 1% dos votos negros.
3. Apesar dos inúmeros esforços da Casa Branca para reformular a imagem de Harris, a vice-presidente nunca ganhou força.
As reinvenções de Harris foram, em alguns casos, cômicas — por exemplo, chamar o Segundo Cavalheiro de Douglas em vez de Doug, esperando que alguma seriedade passasse para o risonho vice-presidente. Com base em extensas entrevistas, o Politico descreveu seu escritório como um "ambiente abusivo" e relatou que Harris "se recusa a assumir a responsabilidade por questões delicadas e culpa os funcionários pelos resultados negativos que daí decorrem".    
4. Mesmo quando Joe Biden começou a perder apoio dentro de seu próprio partido, poucos consideravam Harris uma substituta atraente.
Por exemplo, em março de 2023, quase metade dos democratas não queria que Biden buscasse outro mandato, mas apenas 13% do partido achava que Kamala deveria tomar seu lugar. Harris era considerada tão tóxica que Nikki Haley fez da ameaça de ela se tornar presidente o centro de sua campanha. Seu refrão de que "Um voto em Joe Biden é um voto em Kamala Harris" não era apenas para alertar os eleitores sobre a idade avançada e as enfermidades de Joe Biden, era também um lembrete — e aviso — de que se Biden tivesse que se afastar, Harris seria a próxima na fila. Haley sabia que muitos considerariam isso uma ameaça significativa; ela estava certa.
5. À medida que os eleitores se ressentiam de Biden, e com os avisos de Haley deixando os eleitores ansiosos, a mídia foi convocada no ano passado para dar um impulso a Harris na preparação para a campanha de reeleição.
Um esforço heroico veio do Politico, que há cerca de um ano publicou esta manchete intrigante : 'Por que Kamala Harris é uma VP melhor do que você pensa'. A professora Julia Azari tentou, sem sucesso, explicar o desempenho desanimador de Harris e, frustrada, sugere que pelo menos a VP é a porta-voz de grupos sub-representados. Mas, até ela tem que admitir que Harris não é popular entre os eleitores negros.
Os governadores Gretchen Whitmer e Gavin Newsom, o secretário de Transportes Pete Buttigieg e outros estão se recusando a concorrer contra o vice-presidente pela indicação democrata.
Isso é um sinal de apoio? Um sinal de que os democratas estão unidos em seu entusiasmo por Harris? Dificilmente. Os aspirantes a democratas sem dúvida imaginam que Kamala Harris cairá em chamas em novembro, deixando o campo aberto para eles em 2028.
Eles estão certos."

Eu finalizo afirmando:

As elites que comandam o Partido Democrata e suas mentiras históricas, Biden, seus assessores e a mídia esquerdista que esconderam sua doença para se manter no poder, Kamala Harris, "a primeira mulher negra e asiático-americana a liderar uma chapa de partido importante”, que foi escolhida por seu perfil identitário, não porque venceu a batalha das primárias através de disputa, de trabalho penoso, de virtude, nenhum deles representa em nenhuma hipótese o sonho americano.

Um ótimo final de semana a todos.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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