Novo corregedor-geral da Abin é ligado a Moraes, já foi “chefe” no TSE e gera incômodo no órgão
23/07/2024 às 12:33 Ler na área do assinanteA Agência Brasileira de Informação (ABIN) escolheu seu novo corregedor-geral, o delegado da Polícia Federal (PF) José Fernando Moraes Chuy, que está na corporação desde 2006.
Além de delegado, Chuy ocupou o cargo de chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de maio de 2023 a junho deste ano, durante o mandato do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, como presidente do TSE.
Apesar da escolha já estar definida, Chuy deve assumir o cargo apenas no dia 1º de setembro. Até lá, o posto continua sendo dirigido pela delegada Lidiane Souza dos Santos, que ocupa o cargo atualmente e terminará seu mandato no dia 31 de agosto.
No entanto, segundo matéria publicada no Jornal Estado de SP, a escolha gera incômodo entre os colegas do próprio órgão, pois o novo corregedor-geral da ABIN não pertence ao quadro orgânico da agência. Isso tem gerado insatisfação, como destaca uma nota da INTELIS, divulgada pelo meio de comunicação:
“A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN (INTELIS) emitiu nota manifestando preocupação com a indicação de um servidor de fora dos quadros da agência. 'Consideramos preocupante, injustificada e um desprestígio dos servidores orgânicos da ABIN a possível indicação de um corregedor-geral do órgão oriundo de fora dos quadros da agência', diz um trecho da nota."
E prossegue o comunicado da INTELIS:
"Devemos lembrar que a atual investigação sobre o uso indevido do software First Mile pela estrutura que parasitou a ABIN foi iniciada pela própria corregedoria interna, então liderada por uma oficial de inteligência".
Para alguns, o cargo é estratégico e de muita relevância, ainda mais por ser responsável pelas apurações que envolvam alvos da suposta “ABIN Paralela”, que está sendo investigada pela Operação Última Milha.
Daniel Camilo
Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.