Novo corregedor-geral da Abin é ligado a Moraes, já foi “chefe” no TSE e gera incômodo no órgão

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A Agência Brasileira de Informação (ABIN) escolheu seu novo corregedor-geral, o delegado da Polícia Federal (PF) José Fernando Moraes Chuy, que está na corporação desde 2006.

Além de delegado, Chuy ocupou o cargo de chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de maio de 2023 a junho deste ano, durante o mandato do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, como presidente do TSE.

Apesar da escolha já estar definida, Chuy deve assumir o cargo apenas no dia 1º de setembro. Até lá, o posto continua sendo dirigido pela delegada Lidiane Souza dos Santos, que ocupa o cargo atualmente e terminará seu mandato no dia 31 de agosto.

No entanto, segundo matéria publicada no Jornal Estado de SP, a escolha gera incômodo entre os colegas do próprio órgão, pois o novo corregedor-geral da ABIN não pertence ao quadro orgânico da agência. Isso tem gerado insatisfação, como destaca uma nota da INTELIS, divulgada pelo meio de comunicação:

“A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN (INTELIS) emitiu nota manifestando preocupação com a indicação de um servidor de fora dos quadros da agência. 'Consideramos preocupante, injustificada e um desprestígio dos servidores orgânicos da ABIN a possível indicação de um corregedor-geral do órgão oriundo de fora dos quadros da agência', diz um trecho da nota."

E prossegue o comunicado da INTELIS:

"Devemos lembrar que a atual investigação sobre o uso indevido do software First Mile pela estrutura que parasitou a ABIN foi iniciada pela própria corregedoria interna, então liderada por uma oficial de inteligência".

Para alguns, o cargo é estratégico e de muita relevância, ainda mais por ser responsável pelas apurações que envolvam alvos da suposta “ABIN Paralela”, que está sendo investigada pela Operação Última Milha.

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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