Rachas, processos e trapaças podem tirar da disputa em SP a candidadura de Pablo Marçal

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Depois do atentado contra a vida de Donald Trump e da desistência do presidente Joe Biden de concorrer à reeleição nos Estados Unidos, agora é a vez do Brasil protagonizar outra surrealidade.

Sim, se concretizado o plano dos aliados de Nunes, somado aos desentendimentos na própria direção da legenda do candidato Pablo Marçal, o coach pode não conseguir disputar as eleições na maior cidade do Brasil.

Aliados do prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) resolveram dar uma “mãozinha” nada ortodoxa para tirar o candidato Pablo Marçal da corrida na maior capital do Brasil.

O presidente do PL, Costa Neto, juntamente com o presidente do Solidariedade e deputado federal Paulinho da Força, estão mirando os desentendimentos na direção nacional do PRTB e processos no TSE para invalidar a eleição do presidente nacional da legenda, Leonardo Avalanche.

Segundo noticiado na mídia, Costa Neto e Paulinho da Força estariam “assessorando” e orientando os rivais de Avalanche para sua queda no comando da legenda, antes da convenção da sigla, com prazo até 5 de agosto, que indicará oficialmente Marçal como candidato à prefeitura de São Paulo.

O grupo de oposição acusa o presidente do PRTB, Avalanche, de agir de forma monocrática e duvida da aprovação da candidatura de Pablo Marçal segundo as regras do estatuto. As regras internas do partido exigem que candidatos a prefeito em municípios com mais de 200 mil habitantes obtenham aprovação do diretório nacional, significando que Avalanche precisa de 8 dos 14 votos.

A ala que defende a candidatura de Pablo Marçal precisa conseguir os votos necessários, porém a oposição afirma que Avalanche perdeu a influência e o apoio da maioria da diretoria, e sem isso Marçal não teria partido para disputar a eleição majoritária.

Desde 2021, o PRTB vem sendo alvo de disputas internas entre a viúva e o irmão do fundador da legenda, Levy Fidelix. Por conta disso, em dezembro de 2023, o TSE determinou uma intervenção na legenda, na qual o atual presidente Leonardo Alves de Araújo, mais conhecido como Leonardo Avalanche, saiu vencedor.

Porém, tanto a viúva Aldinéia Fidelix quanto o irmão de Levy, Júlio César Fidelix da Cruz, ficaram insatisfeitos com os resultados e com o processo eletivo interno, acusando irregularidades que vão desde falsificação de assinaturas de filiados até desfiliação de pessoas que ficaram impedidas de votar.

Análise: Seja como for, o objetivo tanto da oposição dentro do PRTB quanto dos aliados do atual prefeito Ricardo Nunes é evitar a candidatura de Pablo Marçal. O postulante, segundo as pesquisas, detém 10% dos votos válidos no maior colégio eleitoral do Brasil. O medo de Valdemar é que o coach divida os votos da direita, colocando em dúvida a liderança nacional do movimento conservador e prejudicando a reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes.

Já para Paulinho da Força, que é presidente nacional de uma legenda de esquerda, o Solidariedade, é como “matar dois coelhos com uma cajadada só”. Aliado histórico de Lula e apoiador da reeleição de Nunes, ele acaba ganhando até na hipotética vitória de Boulos, que também é candidato na corrida eleitoral.

Caso a oposição que tenta destituir Avalanche do comando do partido de Marçal consiga ganhar na justiça ou no "tapetão", os lucros desse desfecho seriam de todos os lados. Passariam a negociar apoio a Nunes, por intermédio de Costa Neto e Paulinho da Força, e voltariam a comandar nacionalmente a sigla, tendo acesso a milhões do fundo partidário e outras benesses de caciques.

E Pablo Marçal? Acreditem ou não, ele também sairia ganhando mais do que se fosse eleito prefeito.

Além de sair como vítima do sistema, ganha musculatura como um verdadeiro outsider injustiçado. Isso o credenciaria para voos ainda maiores dentro da política. Fora que ganharia adeptos tão crentes, mas tão crentes que passaria a ocupar o hall dos herdeiros do movimento conservador nacional, possibilitando-o para ser o próximo nome para 2026. E vamos concordar que isso ajuda muito nos negócios do coaching.

Foto de Daniel Camilo

Daniel Camilo

Jornalista e estudante de Direito e Ciências Políticas. Conservador de Direita e Nacionalista. Em 2022, concorreu ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo. Atualmente, está dedicado à escrita do seu primeiro livro, "Academia do Analfabeto Político”, uma obra que tem ênfase na ética política e no comportamento analítico do cidadão enquanto eleitor.

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